O empréstimo de Ola John ao Reading significa que o Benfica não conseguiu vender o passe do jogador neste mercado de verão e por isso teria de pagar pouco menos de seis milhões de euros à Doyen Sports, fundo que foi parceiro na contratação do jogador.

A história é fácil de contar: o Benfica contratou Ola John em 2012 ao Twente (também um clube parceiro do fundo) e alienou imediatamente metade do passe à Doyen Sports.

O preço da venda desses 50 por cento do passe não foram divulgados pelos encarnados, mas terá andado em cerca de metade do que pagou ao Twente pela totalidade do passe: pelo menos a SAD garantiu não ter registado qualquer ganho com esta operação particular.

Portanto logo que foi comprado, Ola John ficou com o passe dividido em partes iguais entre Benfica e Doyen.

No contrato entre as duas partes ficou estipulado que o Benfica teria até agosto de 2015 para vender o jogador: nesse negócio ficaria com metade do valor da transferência, enquanto a Doyen ficaria com outra metade. No caso de não conseguir vender o jogador, o Benfica teria então de pagar ao fundo, como compensação pelo investimento feito por este.

Ora como 31 de agosto de 2015 já passou e Ola John não foi vendido, o Benfica teria agora uma dívida para com a Doyen ligeiramente inferior a seis milhões de euros. Segundo foi possível saber, porém, o fundo aceitou prolongar o prazo inicialmente estabelecido, para permitir ao clube ter mais tempo para encontrar uma solução.

Ou seja, o Benfica não está ainda obrigado a pagar esse valor, tendo mais um ano para o fazer: este prolongamento do prazo foi conseguido no interesse do clube e do fundo.

Basicamente o Benfica recebeu algumas propostas por Ola John, mas todas muito insatisfatórias. Se as aceitasse, nem o clube, nem o fundo ficariam a ganhar, porque os valores em causa eram baixos. Nesse sentido, havia duas hipóteses: ou o Benfica aceitava uma dessas propostas e dava metade ao fundo, ou não aceitava, o fundo prolongava o prazo de pagamento dos cerca de seis milhões de euros e o clube ganhava um ano para procurar ofertas satisfatórias.

A Doyen aceitou a segunda hipótese e o Benfica tem agora mais um até ter de ressarcir o fundo.

Se essa proposta não aparecer, aí sim o Benfica terá de pagar pouco menos de seis milhões, sendo que as duas partes já acordaram, mesmo antes do empréstimo de Ola John ao Reading, o pagamento desse valor: vai ser feito através de várias tranches e permitirá ao Benfica ficar com cem por cento do passe.