Depois de encerrada a época, chegou a altura de Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira darem passos concretos na definição do futuro: particularmente do futuro do treinador.
 
Nesse sentido, os dois reuniram-se ontem nas instalações da SAD para conversarem, sendo que a prioridade passa por chegar a uma plataforma de entendimento relativamente ao projeto para o futebol do clube.
 
Não houve, para já, uma discussão sobre a remuneração do técnico, até porque, lá está, antes de avançar para esse passo é necessário um consenso. As duas partes têm de estar sintonizadas quanto ao novo rumo da equipa de futebol: um rumo que passa por um desinvestimento e pela aposta em jogadores que estejam no percurso de afirmação.
 
No fundo a realidade do Benfica tem de mudar, acredita Luís Filipe Vieira. É necessário cortar no orçamento para a equipa principal e o treinador tem de estar concertado com esse objetivo prioritário do clube.
 
A primeira conversa andou portanto à volta disso. Os diálogos vão continuar nas próximas horas, Jesus e Vieira vão voltar a reunir num prazo limite de dois dias, e é justo portanto perceber que as duas partes continuam a pensar que é possível chegar a acordo.
 
Não é líquido, de resto, que Luís Filipe Vieira esteja irredutível na ideia de baixar o ordenado de Jesus, ou de baixar para metade.
 
Na administração da SAD, e embora toda a gente tenha mostrado solidariedade com a decisão do presidente, seja ela qual for, há quem defenda que os bons resultados e a valorização que Jorge Jesus tem feito de vários jogadores pode justificar um esforço da parte da SAD em segurá-lo.
 
Jorge Jesus, por outro lado, deseja permanecer no Benfica, até porque só trocava os encarnados por um clube de topo na Europa. Mas essa proposta não chegou, até agora.
 
No essencial, são todos estes pormenores que têm de ser acertados. Há um longo caminho a percorrer, portanto. Mas a continuidade das conversações, depois de uma primeira reunião, é um claro indicador que tanto Jesus quanto Vieira sentem que vale a pena continuar a falar.