O Boavista respondeu, em comunicado, às acusações que foram feitas por Uchebo e Uche Nwofor sobre a atitude do clube para com eles esta temporada. Ambos os jogadores deixaram de contar para o clube do Bessa no verão, altura em que a decisão foi-lhes comunicada.

Os axadrezados garantem que, desde sempre, tentaram chegar a acordo para rescisão amigável sendo que o último momento aconteceu quando foi dada a carta rescisória a Uche, agora nos eslovacos do AS Trencin. Na altura, o Boavista acordou com os agentes que dariam a rescisão a Uche se Uchebo fizesse o mesmo, facto aceite mas não cumprido: o jogador faltou ao encontro combinado para acertar a rescisão e não mais compareceu desde então.

Uchebo continua, assim, a ser jogador do Boavista, embora o clube esteja desde o verão a tentar a rescisão. 

Eis o comunicado do Boavista na íntegra:

«Tendo em atenção notícias de hoje e da passada semana relativas aos jogadores Uche N'Wofor e Michael Uchebo, de conteúdo falso, que merecerão o devido tratamento nas instâncias próprias e nas quais serão suscitadas por esta SAD, vimos, porque a paciência tem limites, informar a VERDADE DOS FACTOS, para que não restem dúvidas:

1. No final da Época 2015/2016, ainda antes de irem de férias, e por decisão da Equipa Técnica de então, foi comunicado a ambos os jogadores que não fariam parte do plantel para a Época 2016/2017, e que como tal seria aconselhável encontrarem soluções para as respectivas carreiras. Foi ainda comunicado que a Boavista, SAD estaria disposta a assinar uma rescisão amigável que fosse aceite por ambas as partes.

2. O mesmo foi também comunicado aos agentes dos jogadores, com os quais havia uma parceria desde a sua vinda para esta SAD, com direitos e deveres mútuos.

3. Desde logo se iniciaram os contactos para que se encontrasse uma solução que fosse do interesse de todas as partes, tendo a Boavista SAD encontrado várias soluções de empréstimo ou de cedência definitiva com boas perspectivas financeiras para os jogadores, que estes ou os seus agentes sem motivos razoáveis ou claros foram sempre recusando, arrastando desnecessariamente a situação.

4. Tendo regressado ao Porto, contra o que tinha sido previsto, no início da presente Época, foram os jogadores acomodados assumindo a Boavista SAD os respectivos custos, mas sempre na perspectiva de terem uma colocação ou haver uma rescisão amigável com ambos, o que foi sendo negociado em diversas reuniões e contactos. Foi-lhes claramente explicado e aceite que, dado que a Equipa Técnica não contava com eles, não poderiam treinar com o plantel principal.

5. Continuou a Boavista SAD a apresentar-lhes soluções de bom nível internacional para a continuação da sua carreira em bons clubes, que estes sempre recusaram sem motivo razoável. Em todas as reuniões e contactos que resultaram em tais recusas foi ponto assente que a responsabilidade por tais recusas era dos jogadores e seus agentes, e que a situação com o passar do tempo ficaria por culpa própria muito difícil no sentido de prosseguirem as suas carreiras ao nível pretendido.

6. Ao mesmo tempo, a Boavista SAD foi propondo diversas formas de acordo de rescisão amigável, prevendo sempre um pagamento inicial significativo no momento da sua assinatura, que também e de forma inexplicável foram sendo recusadas.

7. Finalmente, e através dos respectivos agentes, foi encontrado no início de Setembro acordo conjunto para as situações de ambos os jogadores, englobando todos os créditos actuais e futuros dos jogadores, prevendo o pagamento imediato de um valor significativo no momento da assinatura, tendo a Boavista SAD mencionado claramente que se tratava de acordo que só aceitaria se houvesse rescisão amigável conjunta de ambos os jogadores.

8. Ora, imediatamente a seguir, foi solicitado a esta SAD que procedesse à rescisão amigável imediata do contrato com o jogador Uche N'wofor, pois tinha que urgentemente viajar para assinar por outro clube, sendo assumido o compromisso de que o jogador Michael Uchebo assinaria a sua rescisão amigável nos termos acordados nos dias seguintes.

9. Nesse mesmo dia, e de boa-fé, assinou a Boavista SAD a rescisão amigável com o jogador Uche N'wofor, entregando-lhe no momento um valor significativo, mas tendo-o feito apenas no pressuposto de que em seguida o jogador Michael Uchebo assinaria o compromisso a que tinha com os agentes dado o seu acordo.

10. Ora, na data marcada para a assinatura do acordo de rescisão amigável, também no início de Setembro, e na qual receberia desde logo um valor significativo, o jogador não compareceu como acordado no Estádio do Bessa, tendo os Administradores da Boavista, SAD aguardado durante várias horas pela presença do mesmo.

11. Tal procedimento aconteceu de novo em vários dos dias seguintes.

12. A Boavista, SAD desde logo avisou que tal comportamento não era aceitável, tanto mais que apenas tinha aceite assinar a rescisão do jogador Uche N'Wofor como parte de um acordo global para ambos os jogadores, que não estava a ser cumprido pela outra parte, e que estaria disponível para em qualquer momento e de boa-fé assinar tal rescisão amigável, cumprindo em seguida com tudo o demais acordado, o que por exclusiva culpa e vontade da outra parte até este momento não aconteceu.

13. Ora, para que fique bem claro, a Boavista, SAD continua pacientemente e como sempre aconteceu absolutamente disponível para cumprir com a sua parte, assinando com o jogador Michael Uchebo o acordo alcançado e aceite em 5 e 6 de Setembro últimos (que, repete-se, prevê o pagamento de uma verba significativa inicial), dando em seguida execução ao restante do acordado com ambos os jogadores.

14, Como tal, fácil é de concluir que se a situação com tal jogador ainda não foi resolvida, tal apenas se deve ao facto de que este não assinou aquilo que tinha acordado e com o que se tinha comprometido, o que está ainda a tempo de fazer.

15. Muito embora até pelo respeito que apesar de tudo nos merecem os jogadores preferíssemos tratar este assunto de forma discreta e amigável, obrigaram-nos as sucessivas notícias falsas sobre este tema a fazer este comunicado, para que a verdade dos factos possa ser trazida a público e ser do conhecimento dos nossos adeptos.

16. Uma vez que esta SAD aceitou nos últimos dias que o Sindicato de Jogadores mediasse esta questão, não nos pronunciaremos mais sobre este assunto publicamente, que como sempre desejamos resolvido por consenso, mas deixando desde já assente que procederemos de forma adequada e nos locais próprios contra quem com falsidades tenha colocado ou venha a colocar em causa o bom nome da Boavista, SAD, e sendo ainda certo que esta Administração prosseguirá de forma intransigente a defender a instituição e não cederá a pressões mediáticas ou outras, sobretudo veiculando falsidades.»