As transferências de jogadores representam a maior fatia da receita que entra nos clubes portugueses, revelou esta quarta-feira um estudo da UEFA, relativamente ao ano financeiro de 2016.

De acordo com o documento, e olhando ao total de receita corrente de 366 milhões de euros, os direitos de transferência - receitas extraordinárias - representam 61% do total de receita dos clubes em Portugal. Ou seja, cerca de 223 milhões de euros [ver quadro abaixo].

Quanto às restantes fontes de receita, correntes, dominam os direitos televisivos: representam 33 por cento do total de receita dos clubes em Portugal (aproximadamente 121 milhões de euros).

A maior fonte de receita seguinte é encontrada na publicidade e patrocínios, com 24 por cento (cerca de 87 milhões de euros). Esta é, de resto, a segunda percentagem mais baixa nas 20 principais ligas europeias, apenas à frente de Itália. Contudo, os 21 por cento daquele país correspondem a cerca de 420 milhões de euros.

Fontes de receita correntes dos clubes portugueses:

33% - Direitos televisivos
24% - Publicidade e patrocínios
18% - Receitas oriundas da UEFA
14% - Bilheteira
10% - Outras

E se as receitas oriundas dos direitos televisivos dominam neste capítulo, é em Portugal que se encontra a maior discrepância na sua distribuição pelos clubes.

O estudo da UEFA dá conta de um aumento nas receitas televisivas em Portugal de 20 por cento, essencialmente devido a dois clubes – não revelados – mas mostra que o emblema que mais recebe dessa fatia ganha 14 vezes mais do que um clube médio. Isto quando o rácio médio na Europa é de apenas 2,3 por cento.  

Passivo aumenta em Portugal, média europeia desce

O passivo nas principais ligas europeias está a cair, mas Portugal registou um ligeiro aumento. De 2015 para 2016, a média europeia desceu de 40 para 35 por cento.

Por outro lado, Portugal registou um crescimento na dívida de três por cento no período homólogo. Os clubes portugueses têm, na totalidade, um passivo de 603 milhões de euros.