Daquela geração que no início da década de 70 levou a República Federal Alemã ao título mundial de 1974, dois anos depois da conquista do Europeu, Joaquim da Silva, então ainda jogador emergente do Estudiantes de Mérida do campeonato venezuelano, fixou-se mais no duo Paul Breitner e Wolfgang Overath do que no “Bombardeiro” Gerd Müller ou no “Kaiser” Beckenbauer.

Quando o seu primeiro filho nasceu, em 1989, o nome já estava escolhido: Overath Breitner da Silva Medina nasceu com nome de craque e hoje joga futebol no União da Madeira.

«Estava para ser Beckenbauer, mas o meu pai achou que era demasiada responsabilidade…», conta ao MAISFUTEBOL o médio, n.º 10 da equipa madeirense, que até gostou da homenagem: «A minha mãe achava que o meu pai era maluco quando viu que ele queria mesmo que eu fosse batizado como Overath Breitner, mas como também gostava de futebol acabou por ser convencida. Eu também gosto. Mais ninguém no mundo tem este nome.»

Quando Overath Breitner cresceu, o pai, «fã de jogadores tecnicistas», mostrou-lhe vídeos daquela seleção que fez história no futebol alemão e ele não demorou a escolher o seu preferido: «Acho-me mais parecido com o Breitner. No Mundial de 2014, o Breitner esteve em São Paulo. Chegaram a falar-lhe de mim e ele ficou interessado em conhecer-me, mas na altura não foi possível.»

Overath Breitner da Silva nasceu em Barcelona, na Venezuela, mas tem também nacionalidade brasileira. É, em vários sentidos, um dois em um. Mas a história não acaba aqui…

Irmão Prosinecki, ex-colega de Neymar
Tudo porque “Seu” Joaquim teve mais um filho e voltou a ser arrebatado por uma inspiração futebolística. Chamou-lhe Prosinecki. Roberto Prosinecki.

A homenagem ao médio croata, que chegou a vestir a camisola de Barcelona e Real Madrid, saiu furada. «Arrependi-me desse nome, porque o Prosinecki era um mau jogador», reconheceu mais tarde Joaquim da Silva.

Coincidência ou não, facto é que aos 23 anos Roberto já não joga futebol. Dedicou-se a uma carreira como professor de educação física, depois de ter prometido muito nas camadas jovens do Santos.

Breitner, também cresceu lá e chegou à primeira equipa santista, que venceu a Taça Libertadores de 2011, onde jogou ao lado dos ex-portistas Danilo e Alex Sandro (além do colombiano Wason Rentería) e ainda do craque Neymar.

Agora, aos 26 anos, Overath Breitner é uma das referências no meio-campo do União da Madeira (oito jogos e um golo nesta época), que este sábado defronta o FC Porto na Liga.

Nos dragões, admira o estilo de jogo de Brahimi. Pedir-lhe-ia a camisola, se ele não estivesse ausente do jogo por lesão. Assim, vai tentar a de Casillas.

No médio brasileiro não surpreende a confissão do sonho de jogar na Alemanha. Em que clube? Tanto podia ser no mediano Colónia, onde Overath jogou toda a carreira, como no super Bayern de Munique, em que Breitner chegou a ser campeão europeu.

Para já, quer afirmar-se no futebol europeu através de Portugal. E se o seu primeiro filho nascer na Madeira, já conversou com a mulher: «Vamos dar-lhe o nome de Cristiano Ronaldo...»

Golos de Breitner no Mundial de 1974:

Golo de Overath no Mundial de 1974: