O União da Madeira vai apresentar um requerimento junto do Ministério Público para se constituir assistente no processo «Jogo Duplo», que investiga suspeitas de resultados manipulados.

Em declarações ao Maisfutebol, o presidente do clube insular que foi despromovido este ano, Filipe Silva, diz que o objetivo é «levar ao processo elementos que permitam que a I Liga também seja investigada». «Nos jogos do União das últimas jornadas houve vários golos anulados e situações de arbitragem que têm que ser analisadas para saber de houve ou não viciação», frisa o responsável, que disse também que o clube «sofreu golos muito estranhos», incluindo um que será «a anedota do ano». O responsável quer que sejam também escrutinados jogos de outras equipas envolvidas na luta pela permanência.

Esta é apenas uma das frentes de batalha em que o clube está envolvido. Outra tem a ver com irregularidades na inscrição de jogadores do V. Setúbal em janeiro, na sequência do processo em que os sadinos foram condenados ao pagamento de 28.674 euros ao Almancil pelos direitos de formação de Hassan (filho do antigo avançado marroquino com o mesmo nome), verba que não foi liquidada. Um caso que poderia ditar a perda de pontos do clube sadino, beneficiando os insulares.

 A Académica, outro clube despromovido, avançou com uma exposição a pedir a instauração de um processo disciplinar e o União da Madeira enviou um pedido de esclarecimento ao Conselho de Disciplina da Federação, para saber em que situação está o caso. «Isso já foi há mais de dez dias e, como não tivemos qualquer resposta, enviamos uma exposição ao Conselho de Justiça da FPF a dizer que, ou nos informam, ou vamos avançar para uma queixa judicial», explicou Filipe Silva, que adianta: «Já demos conhecimento da situação à FIFA». 

«Estou convicto que, por esta situação, o V. Setúbal vai descer e o União fica na I Liga. Mas independentemente disso, não vamos desistir de pedir que haja uma investigação judicial ao que se passou nos nossos últimos jogos».

O clube insular enviou ainda para a Liga um pedido de informação sobre o caso de suspeitas de corrupção que decorre em tribunal envolvendo o Moreirense. «Eles dizem que já houve uma decisão desportiva, mas nós queremos saber em que pé está o caso».

Além disso, o presidente Filipe Silva diz que existem clubes que não cumpriram com os pagamentos ao Fisco e Segurança Social e entregaram declarações erróneas à Liga para poderem disputar a próxima época, situação que o União quer também denunciar.

O prazo para apresentação dos documentos termina a 27 de maio. Ao que o Maisfutebol apurou, a Liga está a verificar a veracidade dos documentos já entregues.

O União da Madeira pretende que a classificação do Campeonato Nacional de 2015/16 não seja homologada pela Liga antes de estarem esclarecidos todos estes casos, mas o apertado prazo para a homologação poderá impedir que haja consequências ainda esta época.