O secretário de Estado da Juventude e do Desporto recusou a ideia de violência generalizada no futebol e atribui responsabilidades a todos os agentes desportivos no combate à mesma.

«Recuso uma ideia de generalização da violência no desporto. Não existe. Há no futebol cerca de 174 mil jogos por época. Há, de facto, episódios e fenómenos que são condenáveis, como as agressões aos árbitros, mas que são também muitas vezes o envolvimento das próprias famílias, o fenómeno da violência associada às claques e aos próprios dirigentes desportivos», disse João Paulo Rebelo à margem de uma cerimónia de homenagem aos ‘Lisbon Lions', a equipa do Celtic que venceu a Taça dos Campeões Europeus de 1967 no Estádio Nacional, no Jamor.

O político disse que «não tem uma varinha mágica» para acabar com estes episódios e disse que será uma luta de «longa duração». 

Sobre a morte do adepto italiano nas imediações do Estádio da Luz, João Paulo Rebelo considerou-o gravíssimo: «Não tem nada a ver com o futebol. É um caso de polícia, que está a ser investigado e que tem de seguir os trâmites normais. O que aconteceu é um crime. Isto não pode acontecer. Isto não é um discurso de desvalorização, estou, antes pelo contrário, a chamar todos à responsabilidade.»

«Há um amplo consenso na sociedade portuguesa a este respeito e nós só temos de consubstanciar estas vontades e trabalhar ao nível das mentalidades», salientou.

Quanto às constantes declarações de presidentes de Benfica e Sporting, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto desvalorizou-as: «O que vi foram condenações por parte dos agentes desportivos de uma forma absolutamente generalizada, incluindo os responsáveis máximos de Benfica e Sporting. Depois, há outros comentários que são feitos e eu não os enquadro minimamente no que teve que ver com essa fatalidade. Teve que ver com a disputa de um jogo e de um campeonato.»