…..trrriiiiimm!! O despertador tocou tarde para o Vitória de Guimarães. Chegaram tarde os vimaranenses ao Restelo, demoraram para acordar, mas o susto fê-los despertar num instante.

A primeira meia hora foi de happy-hour, quase de borla, ou com pouco custo.

Quando aos 25 minutos o Belenenses já tinha marcado dois golos, poucos acreditariam no que haveria de acontecer depois. Mas vamos por partes.

O Belenenses entrou em campo com uma estratégia algo surpreendente, como tem vindo a ser apanágio de Julio Velázquez desde que assumiu o comando técnico da equipa. Não se percebe bem se é um estratagema usado para surpreender os adversários, ou se ainda não encontrou de facto um onze base para a equipa.

Carlos Martins trocou com Fábio Sturgeon na frente de ataque, atuando mais nas costas de Miguel Rosa e, diga-se funcionou na perfeição. Aliás, toda a estratégia montada funcionou muito bem e permitiu ao Belenenses levar a água ao seu moinho logo nos minutos iniciais.

FILME DO JOGO

Aos 8 minutos, o reforço de inverno Bakic viu bem a entrada de Miguel Rosa na área e cruzou com conta peso e medida para a cabeça do pequeno avançado. Mesmo no meio dos centrais, Miguel Rosa conseguiu colocar a bola no poste contrário ao de onde estava Miguel Silva. Ainda se esticou o guarda-redes mas não conseguiu impedir que a bola entrasse.

Mesmo em vantagem, o Belenenses não perdeu a fome. Já que estava tudo mais barato, os azuis não quiseram poupar nos esforços e conseguiram mesmo voltar a marcar.

À passagem do minuto 25, Bakic assumiu o papel de goleador e rematou para o fundo das redes de Miguel Silva, após uma boa combinação entre Miguel Rosa e Carlos Martins, que serviu de bandeja o montenegrino para a sua estreia a marcar.

O segundo golo foi o tal susto que o Vitória precisou para acordar, mas, mesmo assim, o Belenenses conseguia controlar a partida. Com dois golos de vantagem, os azuis deram a iniciativa de jogo ao adversário, mantendo-se coesos na defesa e estreitando os caminhos da baliza.

Foi, por isso, contra a corrente do jogo que os vimaranenses chegaram ao golo. Aos 37 minutos, na sequência de uma bola parada, Otavio cruzou para o interior da área e encontrou Bouba Saré solto de marcação. O médio só teve de encostar de cabeça para a baliza, conseguindo marcar novamente, depois de ter apontado o golo da vitória dos minhotos frente ao FC Porto.

O golo motivou o Vitória e, numa altura em que os da casa estavam reduzidos a dez, por lesão de Rafael Amorim, os vimaranenses conseguiram chegar ao empate, mesmo em cima do intervalo. Timing perfeito. Aos 43 minutos, Valente apareceu na cara de Ventura. Filipe Ferreira foi tentar cortar a bola mas acabou por desviá-la para a própria baliza.

O empate ao intervalo aceitava-se, pese embora a apatia inicial do Vitória de Guimarães.

No segundo tempo, o Belenenses entrou forte, com um par de boas ocasiões para ficar de novo em vantagem. Não sem que antes tivessem passado por um calafrio, quando Saré quase conseguia bisar. Valeu o corte de um defesa a evitar o terceiro golo dos minhotos.

A verdade é que os azuis foram insistindo cada vez com mais determinação e iriam colher os frutos desse maior acerto. Aos 64 minutos, Miguel Rosa rematou com força, obrigando Miguel Silva a defender para a frente. Na recarga, o reforço Juanto só teve de desviar para a baliza, colocando a equipa da casa de novo na frente do marcador.

Só que na frente de ataque, os vimaranenses têm um matador, ou melhor, um degolador. Henrique Dourado, à passagem do minuto 76, rematou com raiva, de fora da área, para o fundo das redes de Ventura. Um golaço do ponta-de-lança brasileiro que levantou o estádio, naquele que foi o momento do jogo.

Até ao fim registaram-se várias oportunidades de perigo para ambas as equipas, mas o resultado permaneceu igual.

Empate num excelente jogo de futebol. Seis golos no total, que mais pedir? Boa exibição do Belenenses e uma réplica à medida por parte do Vitória de Guimarães. Uma partida que poderia muito bem ter um desfecho favorável a cada uma das equipas, mas que acaba por não ajudar à luta de nenhuma delas.