Há três semanas, Hurtado gelou o Bessa com um golo no prolongamento a levar o V. Guimarães aos oitavos de final da Taça de Portugal. Agora, na repetição de um duelo de má memória para os boavisteiros, o peruano voltou a ser o protagonista, levando consigo para Guimarães o saque dos três pontos.

Os axadrezados queriam a vingança, fria como a temperatura do Bessa (menos nas bancadas, onde as duas claques não deixaram de se fazer sentir). Os vitorianos queriam repetir a saborosa dose do jogo anterior.

O prólogo prometia muito. Dois golos logo a abrir o jogo. Um para cada lado. David Texeira, numa daquelas histórias que parecem boas de mais para ser verdade, estreou-se a titular logo com um golo aos três minutos. O uruguaio ainda apareceu na ficha de jogo como suplente, mas Soares, que andou toda a semana condicionado, testou antes do jogo e percebeu que não podia jogar. Texeira saltou assim para o onze como saltaria depois na área, na sequência de um canto batido por Raphinha, para cabecear para o fundo da baliza. Estava aberto o marcador, mas não tardaria a mudar.

Dois minutos depois, novo canto e novo golo. Desta vez na baliza do Vitória. Iuri a bater o canto e foi Philipe quem cabeceou para o golo do empate.

Com duas equipas com a lição bem estudada em termos defensivos, o jogo foi depois tomando uma toada diferente. Muita luta na disputa de cada bola, mas sem que o detentor da mesma conseguisse depois criar muito perigo. O equilíbrio foi a constante, com cada equipa a conseguir anular a outra.

O empate ao intervalo era justo, mas deixava antever que o jogo iria abrir mais na segunda parte, com o relógio a obrigar as duas equipas a correrem mais riscos.

Mas, antes que essa fase do encontro chegasse, foi novamente de bola parada que o golo chegou. Hurtado - Herói de uns e vilão de outros – foi chamado a converter um livre já perto da área. Da outra vez, há três semanas, bateu rasteiro. Desta vez, foi por cima da barreira, mas o resultado foi o mesmo: a bola só parou dentro da baliza. Agayev ainda lhe tocou, mas não evitou o destino do esférico.

Ainda havia quase 20 minutos de golo e o Vitória dedicou-os a segurar a vantagem. O Boavista fez o que lhe competia: aproveitou os espaços e atirou-se para a frente e procurou o golo que lhe permitisse, pelo menos, ficar com um ponto.

A bola não andou longe da baliza de Douglas, e ainda entrou, mas o árbitro assistente disse que já tinha ultrapassado a linha de fundo. A força defensiva do Vitória acabou por ser mais forte do que o ímpeto atacante do Boavista e o marcador terminou, uma vez mais, com um 2-1 para os vitorianos.