A FIGURA: Brito
Inventou o golo que empurrou o Boavista para a vitória. Já tinha sido o agitador de serviço entre os axadrezados na primeira parte, mas foi no segundo tempo que confirmou atravessar m bom momento de forma. O lance do golo de Cech é «todo seu». Arrancada fulminante pela esquerda, centro atrasado e o resto foi com o colega. Merecia ter marcado.
 
O MOMENTO: expulsão de Bernard

Minuto 47. Estava a segunda parte em fase deveras madrugadora quando o Vitória se viu reduzido a dez jogadores. A forma como tinha corrido o primeiro tempo já deixava adivinhar que dificilmente o jogo acabaria onze contra onze, mas não se esperava que fosse tão cedo. O jogo, que nunca fora confortável para o Vitória, começou a ser perdido, verdadeiramente, ali. Com dez, a equipa de Rui Vitória não mais foi a mesma.
 
OUTROS DESTAQUES
 
Uchebo

É aquilo que, na gíria, se considera «um avançado jeitoso». Não dá nenhum lance como perdido, procura imenso a bola e raramente passa períodos de alheamento do encontro, pese a posição específica que ocupa. Esta noite foi isso tudo. O que faltou? Instinto matador, mas os lances também não eram flagrantes. Viu Douglas negar-lhe o golo pouco depois do penálti convertido por Alex, mas não terminaria a noite sem festejar: foi perfeito o cabeceamento que deu três pontos ao Boavista.
 
Marek Cech
As bolas paradas foram todas dele. E nem foram poucas. Cobrou, quase sempre, bem. Tenso, a pedir um desvio. Acabou por ser feliz com a bola a correr. Foi dele o golo do empate, num pontapé certeiro, no coração da área, sem ninguém a incomodar. Muito inteligente a ler o jogo, fruto da experiência acumulada noutros palcos. Já se percebeu que não vai ser lateral no Boavista e pode ser bem mais útil a comandar o ataque, de facto.
 
Zé Manuel
Entrou para transfigurar o jogo e foi o que fez. Arma de Petit a partir do momento em que ficou a jogar contra dez, mostrou ao que vinha pouco depois com um remate forte, que Douglas susteve com dificuldade. Ainda atirou de cabeça às malhas laterais, antes de assistir à festa dos colegas no empate e reviravolta. Assinou ele próprio o 3-1, num contra-ataque ferido de legalidade: o domínio foi com o braço.
 
Otávio
Pormenores interessantes esta noite no Bessa. É difícil tirarem-lhe a bola e apresenta bons índices de progressão com ela controlada. Fez vários raides pela esquerda com a bola colada ao pé direito, o preferido. Perfeito ao nível do passe, faltou-lhe apenas mais presença na área, no apoio a Tomané. Mas não lhe mancha a exibição, de forma alguma.