Foi preciso sofrer novamente na segunda visita do Vitória a Chaves em dez dias. Após garantirem o Jamor, vitorianos conseguiram a quarta vitória consecutiva na Liga no mesmo terreno.
 
O que parecia ser um passeio de sonho, com três golos na primeira parte, ia-se tornando um pesadelo para a equipa de Pedro Martins. Mas tal como no jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, quem sorriu no final foi novamente a equipa de Guimarães. Rafa e William ainda reduziram para os transmontanos à entrada dos 15 minutos finais, mas foi insuficiente. 
 
De resto, o Vitória de Guimarães fez o que apenas o Benfica tinha conseguido fazer em Trás-os-Montes e derrotou o Chaves pela segunda vez esta época em casa para a Liga. 
 
Face à derrota no Marítimo, Ricardo Soares promoveu duas alterações, uma forçada, com Fábio Martins a dar lugar por castigo a Davidson. Já na frente de ataque Rafa regressou à titularidade para o lugar de William, por opção. Por outro lado, Pedro Martins manteve o onze com que venceu o Tondela na jornada anterior.
 
Com uma entrada a todo gás da equipa da casa, parecia que seria mais uma partida de enorme dificuldade para os vitorianos, mas isso esteve muito longe da verdade. 
 
Claro que os flavienses arrancaram em grande estilo e basicamente dominaram o jogo, mas isso de pouco ou nada valeu.
 
Aos quatro minutos, fruto de uma bonita jogada, o marcador podia ter funcionado para o Desportivo. Nélson combinou com Davidson, que deixou para Tiba, este serviu Rafa que atrasou novamente para Davidson, mas este, em boa posição, atirou ao lado. 
 
Eficácia vitoriana quase cínica
 
Mandava o Chaves mas em dois minutos o jogo mudou de figura. Nas duas primeiras tentativas, o Vitória de Guimarães fez dois golos, gelou o municipal e arrancou para um triunfo tranquilo. 
 
Aos 11 minutos, a defensiva flaviense fez uma verdadeira oferta ao ataque contrário, primeiro com Nélson e depois com Nuno André Coelho a escorregarem, com David Texeira pouco preocupado com isso a atirar a contar. 
 
Sem deixar a equipa flaviense responder, dois minutos depois Marega arrancou pela direita e serviu no lado contrário Hernâni, que em grande estilo rematou colocado e apontou o segundo da tarde.  
 
 

Tiros de pólvora seca
 
É verdade que o jogo ficava complicado para os transmontanos, mas nem por isso estes baixaram os braços. Sem conseguir invadir facilmente a área vitoriana, os disparos do meio da rua foram uma solução, mas nem sempre, ou melhor, nunca eficaz. 
 
Bressan e Pedro Tiba foram os mais inconformados, armando remates praticamente de todo o lado, mas os disparos foram saindo todos com ‘pólvora seca’. 
 
Dominando completamente a partida, mas em desvantagem, a melhor situação de golo para os flavienses acabaria por surgir aos 30 minutos, após canto de Bressan pela esquerda ao segundo poste, com Ponck a atirar de cabeça mas Douglas a salvar a sua equipa. 
 
Curiosamente a oportunidade acordou os visitantes que voltaram a atacar e a… marcar. Numa transição bem conduzida, Hernâni arrancou pela direita, adiantou para Marega, que já na área serviu Hurtado ao segundo poste e este não perdeu a oferta de bandeja aumentando o marcador. 
 
Em Trás-os-Montes ‘desistir’ não existe no vocabulário
 
O Desportivo de Chaves continuou a tentar reentrar na partida, face a um Vitória expectante, a controlar e a procurar a espaços o contra-ataque. Face à falta de golos e até de oportunidades, Ricardo Soares mexeu na equipa, alargando a frente com William a fazer companhia a Rafa e refrescando o meio campo com João Patrão.
 
As melhores situações surgiram a partir da hora de jogo e até final os títulos dos jornais podiam ter sido outros.
 
Aos 64, Perdigão serviu Davidson que entrando de rompante cabeceou ao lado. Pouco depois, dupla situação aos 68, com Nuno André Coelho a fazer de extremo e a servir Rafa, mas Douglas fez uma excelente defesa e voltaria a mostrar segurança na sequência do lance, quando agarrou o remate do recém entrado Patrão. 
 
Após tanta insistência, ainda viriam motivos para os flavienses sorrirem. Num minuto, e de repente, o jogo ficou relançado e com o resultado em aberto. 
 
Primeiro Tiba encontrou Rafa na área e este finalizou com calma e classe para o 1-3. Logo de seguida, Davidson pela esquerda cruza certeiro para a cabeça de William, que não perdoa. Os dois avançados marcavam e o jogo voltava a ficar em aberto. 
 
Pouco mais havia a fazer para os vimaranenses do que sofrerem para segurar a vantagem que agora era mínima. Do outro lado, era o manter de uma pressão que durou praticamente todo o jogo, apoiados pelo público que acordava para os minutos finais. 
 
O empate ainda esteve perto de acontecer mesmo, duas vezes com Batatinha no lance. Primeiro rematou forte já na área mas ao lado, e aos 84 minutos serviu William, que estorvado por Prince atirou por cima. 
 
Já nos descontos mais duas boas situações para o empate flaviense, mas nesta fase foi Douglas a aparecer como decisivo. Aos 90+2, Davidson encheu o pé mas o guarda-redes brasileiro negou o golo, repetindo a dose um minuto depois, após cruzamento de Nelson e remate de Rafael Lopes que o guarda-redes se opôs como uma brilhante e decisiva defesa.