O V. Guimarães não aproveitou o empate do Sporting, e amealhou apenas um ponto na visita ao Feirense. O Feirense mereceu (pelo menos) o empate, numa partida que esteve longe de ser brilhante, mas que valeu pela emoção até ao final.

Nuno Manta continua sem perder no seu terreno, e a jogar diante de um opositor com ambições europeias, o Feirense voltou a mostrar que tem argumentos para se bater com adversários mais fortes. O conjunto fogaceiro teve o mérito de anular bem os pontos fortes dos vimaranenses e ainda saiu em busca dos três pontos.

Já Pedro Martins, a jogar na terra que o viu nascer, não foi tão feliz quanto queria, e somou o quarto jogo sem vencer. Preocupante? Longe disso. Este Vitória sabe jogar e os 31 pontos que soma no final da primeira volta parecem ser a primeira amostra de uma época que tem tudo para ser de sucesso.

Saber fazer frente sem recuar

Partindo de Guimarães, eles querem conquistar Portugal. Futebolisticamente falando, claro. E no final da primeira volta, pode dizer-se que o têm conseguido. Sempre com um batalhão de fiéis adeptos a acompanhar, o V. Guimarães pratica um futebol agradável para quem gosta do jogo e, tão importante como isso, ganha pontos. Hoje não jogou tão bem como já o fizera, e o ponto conquistado fica como um mal menor.

Até porque nesta noite fria, a tarefa foi muito dificultada por um bravo oponente. Apesar de aflito na tabela classificativa, o Feirense surgiu em campo a mostrar grande solidez defensiva e determinado em não entregar facilmente os pontos em disputa.

E na primeira parte foram muito raras as vezes em que o conjunto vitoriano conseguiu incomodar o guarda-redes Vaná. Sem ser uma equipa exclusivamente preocupada em defender, a equipa de Nuno Manta fechou sempre muito bem o caminho para a sua baliza, pressionando, muitas vezes, logo na saída de bola vitoriana.

Mesmo quando os jogadores vimaranenses conseguiam ultrapassar a primeira linha de pressão, teve dificuldade para chegar com perigo à área adversária. Soares, sempre combativo, viu-se obrigado a fugir do centro do ataque para ter jogo, mas para isso deixava o espaço mais próximo da baliza órfão de alguém com capacidade para finalizar. Por muita qualidade que tenha Hernâni, falta-lhe capacidade para lutar com centrais tão possantes como Flávio Ramos e Luís Rocha.

E aí faltou também um apoio mais forte de Hurtado, muito afastado do jogo no primeiro tempo. Assim, ao intervalo, as situações de perigo resumiam-se a um lance em que Soares podia ter finalizado melhor no frente a frente com Vaná (26'), e uma boa intervenção do guardião feirense a opor-se a um remate de Hernâni, pouco antes do intervalo.

Do lado da equipa da casa, sobrava competência defensiva, mas faltava um pouco mais de atrevimento na frente, que viveu sempre muito de lances individuais de Platiny e Karamanos, que nunca conseguiram criar verdadeiro perigo para o adversário.

Soares esbarra em Vaná até ao fim

Na etapa complementar, a juntar à coesão, o Feirense surgiu com uma boa dose de atrevimento e dominou mesmo os primeiros minutos, fazendo o que não conseguira nos primeiros 45 minutos: colocar Douglas à prova. O responsável foi Platiny, num remate cruzado que o guardião brasileiro teve de se esforçar para sacudir para canto.

O que se manteve, foi a incapacidade ofensiva do Vitória. Mas aqui, reforce-se, há muito mérito na forma como Nuno Manta montou a sua equipa, secando todos os focos de perigo do adversário.

E quando o coletivo cedeu à qualidade individual de Soares – sempre ele -, Vaná ergeu a voz de comandante e segurou o ponto que a sua equipa fez por merecer. Sim, foi mais defensiva, mas tinha de o ser e fê-lo com uma qualidade inatacável, sem ficar lá atrás à espera de ser bombardeada.