Declarações de Luís Castro, treinador do V. Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, depois da derrota (0-1) frente ao Feirense:

«Não temos estado ao nível daquilo que fizemos na pré-época, naquilo que é a forma de jogar e a estabilidade emocional. A derrota na Luz não foi só uma derrota, deitou a equipa para índices de confiança muito baixos. Fizemos perceber que um jogo só de campeonato não podia ter o reflexo que estamos a sentir. Tínhamos o compromisso de deixar isso de lado, mas senti que houve alguns desvios daquilo que deve ser a nossa forma de estar em campo. Embora tendo o jogo controlado fomos perdendo a confiança devido a um bloco baixo bem montado do Feirense. Quando tivemos de ir à procura de algo mais e de arriscar ficámos limitados com um elemento em inferioridade física. Não é uma desculpa, deveríamos ter feito mais, não conseguimos, mas não estivemos ao nível do que queremos».

[Esta derrota pode ter ainda mais influência na equipa?] «Não há nenhuma derrota que passe ao lado da equipa e de todos nós. Claro que abala a confiança, temos cinco dias para preparar o próximo jogo, não nos podemos distrair com coisas acessórias. É um momento de desilusão para todos nós, que trabalhamos muitos, para os jogadores que trabalham muito, mas quando se sofre uma derrota como a de hoje a confiança fica em baixo e provoca desconfiança em todo o universo vitoriano. Temos de olhar em frente e só com trabalho e dedicação podemos inverter o ciclo em que estamos. Muitas vezes temos este ciclo a meio do campeonato, mas aí não tinha tanto peso, o que é certo é que no início as coisas têm mais peso. Compete-me fazer com que os índices não caiam para patamares muito baixos. Os jogos não podem ser dominados de forma aparente, tem de ser de forma efetiva. Não temos construído o numero suficiente de situações para chegar a golo e isso tem sido fatal».

«Quando olho para uma semana de trabalho olho sempre na perspetiva de melhor a equipa e estar melhor no próximo jogo, com esperança de ganhar. Por isso disse aquilo que disse antes do jogo, que acredito que vamos ganhar o jogo, algo que foi mal interpretado pelo Nuno Manta. Vamos perseguir sempre o objetivo fundamental que é ganhar, se possível jogando bem».

[Lesão do Dodô é preocupante?] «Sim, é. Ainda vai ser reavaliado, mas é claramente uma lesão que ficou impeditivo de continuar em jogo de forma normal. Pode ser uma lesão impeditiva, vamos avaliar».

[Necessidade de ter plano B?] «Neste momento confundiria ainda mais o que não está assimilado. Precisamos sempre de acrescentar algo mais, podemos falar num 4x4x2 que dê para arriscar mais. Mesmo sem passar para esse modelo ficamos desequilibrados aqui e ali.  É um começo duro que nos deixa claramente apreensivos. Ninguém está habituado a ter zero pontos na segunda jornada no Vitória. A vida é o que é, temos de continuar a trabalhar, não podemos por o pé no travão. O que mais peço aos meus jogadores é para terem confiança neles próprios. Não temos conseguido os resultados que queríamos, mas acho que o futuro será um futuro que trará êxitos».