Dérbi vimaranense com todos os ingredientes. Erros, momentos de bom futebol, indefinição até ao final e vídeo-árbitro em ação. Sorriso para o Moreirense no final, primeiro triunfo (2-1) da era Sérgio Vieira no campeonato e primeiro triunfo caseiro dos Cónegos na Liga, que atira a equipa do Moreirense para fora da zona aflita, ainda que sem grande margem de manobra.

Travão na série de três triunfos do V. Guimarães, que atravessava a melhor fase da temporada e podia encurtar distâncias para os da frente, mas acabou por não conseguir ultrapassar novamente o Rio Ave.

O primeiro triunfo do Moreirense foi desembrulhado como um presente, oferecido por Douglas. O guarda-redes comprometeu e colocou os Cónegos em vantagem, uma vantagem que depois o conjunto de Sérgio Vieira soube gerir e ampliar em contra ataque.

Apenas na fase final do encontro, em inferioridade numérica, se deu uma ténue reação, mas insuficiente para conseguir inverter o resultado.

Douglas presenteia Cadiz

O Moreirense usou quase na perfeição as dimensões reduzidas do seu terreno. Limitou os espaços, deu a bola ao Vitória de Guimarães e reduziu a margem de manobra ao adversário, obrigando a sair quase sempre mal do seu setor mais recuado. As longas trocas de bola entre centrais, com Douglas por vezes a juntar-se nas combinações em que escasseavam opções.

Contrariamente à apatia dos visitantes, a equipa de Sérgio Vieira ia sendo prática e muita crença e pressão nos duelos pelas segundas bolas ia conseguindo, com poucos toques na bola e lançamentos longos, causar calafrios. Aos dezassete minutos Douglas teve uma atuação desastrosa e praticamente deu a vantagem ao Moreirense. Num lance inofensivo esperou por Cadiz e aliviou depois esbarrado contra o venezuelano, acabando o esférico no interior da sua baliza.

Acentuaram-se as dificuldades do Vitória e a ansiedade era notória a tentar fazer a bola passar das zonas de pressão do Moreirense, que crescia com a tremedeira adversária. Apenas depois da meia hora o V. Guimarães teve uma aproximação digna de registo à baliza de Jhonatan, respondendo o guarda-redes brasileiro com uma excelente defesa ao cabeceamento de Tallo.

Deu canto e na ressaca do canto, no mesmo minuto 33, o Moreirense montou um contra-ataque letal que colocou o conjunto de Sérgio Vieira a vencer por duas bolas a zero. Arrancada de Cadiz pela direita, ninguém saiu à bola, o avançado subiu e teve tempo para tudo, contemporizando para servir Arsénio. Remate de primeira do extremo para o fundo das redes.

Vídeo-árbitro e muita confusão

Pedro Martins tentou mudar o rumo dos acontecimentos apostando em Kiko e Rafael Martins para a segunda metade, passando a jogar com dois elementos na frente de ataque. Contudo, a segunda parte teve pouco futebol e muitos casos.

O V. Guimarães esteve por cima, com muita transpiração e pouca inspiração. Tudo à base da força, de forma atabalhoada e com pouco critério. Nuno Almeida teve em foco ao ter de ajuizar vários lances na área do Moreirense. Primeiro João Aurélio caiu e ficou a pedir falta, o vídeo-árbitro corroborou do árbitro e nada assinalou.

Depois foi Alfa Semedo a jogar com a mão na área, o árbitro assinalou castigo máximo mas reverteu essa decisão depois de ver as imagens. No reatar do jogo duas bolas ao solo não foram suficientes para que a bola voltasse a rolar gerando-se uma enorme confusão, correndo o cronómetro a favor do Moreirense.

V. Guimarães cresce em inferioridade

A tarefa do V. Guimarães parecia definitivamente irremediável e ganhou contornos ainda mais complicados com a expulsão de Kiko. O jovem jogador viu dois amarelos no espaço de vinte minutos e acabou expulso.

Foi nesse período que o Vitória de Guimarães mais deu nas vistas. Em inferioridade numérica os vimaranenses cresceram, o Moreirense encolheu-se e teve de sofrer nos derradeiros instantes. Raphinha, quem mais poderia ser, reduziu a desvantagem e levou a discussão do resultado até aos últimos instantes do encontro.

O Moreirense resistiu e saboreou o triunfo no dérbi, três pontos de extrema importância para os Cónegos na fuga ao último lugar. O primeiro presente da quadra natalícia foi desembrulhado pelo Moreirense.