O V. Guimarães venceu o Rio Ave por 3-0 naquele que se arrisca a ter sido o melhor encontro da jornada. As duas equipas protagonizaram um jogo de entrega, de luta, de emoção. Não dava para pestanejar, sob pena de se perder alguma coisa. Os erros de finalização acabaram por penalizar a equipa da casa e os vitorianos, além de levarem os três pontos, ainda viram Marega consolidar o título de melhor marcador do campeonato.

O ambiente antes do encontro já prometia um jogo interessante. Os adeptos da casa não faltaram à chamada, mas também foram muitos os que viajaram de Guimarães, aproveitando o dia de sol, e pintavam de preto e branco a bancada visitante. Casa muito composta e animada. E, no relvado, os jogadores corresponderam. O jogo começou com uma intensidade surpreendente. Logo aos dois minutos um lance de perigo com uma arrancada de Bruno Gaspar que, na área, deixou para Soares, o remate foi intercetado por Marcelo. Bruno Gaspar ainda tentou a recarga, mas acabou por não a conseguir em condições, tendo sido atingido no rosto por Roderick, que levou o pé demasiado. Ficou lesionado o jogador vitoriano e acabaria por ter de sair em maca, mais tarde, abandonando o jogo ainda na primeira parte. O árbitro não assinalou falta, e Bruno Gaspar até estaria em fora de jogo, mas ficou o aviso de perigo.

Logo a seguir, aos 7 minutos, num lance entre Wakaso e Marega na área do Rio Ave, o árbitro assinalou grande penalidade. Chamado a converter, o maliano atirou para junto do poste esquerdo. Cássio ainda adivinhou o lado, mas não segurou a bola, ficando a impressão de que poderia ter feito mais.

Logo a seguir, de muito longe, vendo Cássio adiantado, João Pedro ainda tentou a sorte de longe, mas a bola acabou por passar junto ao poste e sair pela linha de fundo.

Depois, o Rio Ave fez o que lhe competia, aliás, quase tudo o que lhe competia. Os homens da casa pegaram no jogo, levaram a bola para a frente, e começaram à procura do golo do empate. E se nem todos os chavões são espelhos da realidade, neste fim de tarde de domingo em Vila do Conde, «quem não marca, sofre» não podia ter sido mais verdade.

Apesar de muito marcado por João Pedro, com quem travou um duelo intenso, Rúben Ribeiro ia inventando espaços para criar. Num remate de fora da área, atirou junto ao poste. Serviu Tarantini que recebeu mal na área e não conseguiu o remate.

Gil Dias ainda tentou numa arrancada fulgurante desde a sua zona defensiva até à área adversária, onde, frente a Douglas, rematou à figura. E num livre que era uma espécie de canto curto, Yazalde, o rei dos desperdícios esta tarde, à boca da baliza, acabou por atirar por cima.

Durante toda a primeira parte, apenas Soares, num contra-ataque que ele próprio construiu, conseguiu chegar perto da baliza de Cássio com perigo, mas era um sinal de que os rioavistas não podiam distrair-se demasiado no ímpeto ofensivo.

O segundo tempo trouxe ainda mais Rio Ave. Muitas ocasiões de golo e desperdício também. Heldon, de livre, obrigou Douglas a esticar-se para tirar. Um remate de Rúben Ribeiro encontrou um pé providencial de Rafael Miranda, Yazalde, sozinho à boca da baliza, atirou ao lado.

A pressão rioavista chegou a assemelhar-se a uma avalanche, obrigando o Vitória a encostar-se atrás para tentar impedir o empate. Mas, com todos os homens da formação de Nuno Capucho empenhados no ataque, de vez em quando, os vitorianos punham as garras de fora e tentavam o contra-ataque rápido. Num desses lances, Raphinha cruzou da esquerda e Marega, que apareceu ao segundo poste, cabeceou para o fundo da baliza. A eficácia foi a diferença entre uma equipa e outra e Marega foi a epítome dessa eficácia.

Soares podia ter feito o terceiro logo a seguir, ao aparecer na área frente a Cássio. Tentou picar a bola, mas permitiu a defesa.

O Rio Ave ficou abalado, mas ainda tentou reagir. Wakaso aproveitou um cruzamento de Heldon da esquerda e encheu o pé, mas o remate saiu por cima da trave.

Mas logo a seguir Marega mostrou como se faz. Após um grande passe de João Aurélio, a bola ficou a pingar à frente do avançado que esperou pela saída de Cássio para fazer o 3-0. Simples e eficaz.

Até ao final, o Rio Ave ainda tentou. Guedes e Heldon não estiveram longe do golo, e Marega ainda podia ter feito o quarto. Mas não houve mais nada a fazer. Incontestável vitória de quem soube fazer o que se pede: marcar golos