O dérbi minhoto foi decidido com sotaque egípcio. Dando seguimento ao triunfo histórico na Alemanha, o Sp. Braga venceu o V. Guimarães (2-1) com dois golos de cabeça ainda na primeira metade, de Paulinho e Hassan, ultrapassando assim o rival na classificação.

Levou a melhor a equipa que cometeu menos erros, mas também a que apresentou mais audácia na luta pelos três pontos. O conjunto de Abel Ferreira foi mais incisivo e assumiu as despesas do jogo, em contraste com o Vitória demasiado expectante e que apenas estendeu o jogo depois de estar em desvantagem.

Grande ambiente na Pedreira para o dérbi entre os rivais do Minho depois da jornada europeia. Os instantes iniciais não corresponderam, contudo, à fasquia que as bancadas impuseram antes do primeiro apito de Rui Costa.

Cabeceamentos fulminantes desculpam Matheus

De imediato se percebeu que seria o Sp. Braga a tomar conta do jogo, por apetência para isso mesmo, mas também muito por força da estratégia do V. Guimarães, que se limitou a ficar na expectativa, sem bola. Com a equipa de Abel Ferreira a não entrar propriamente vertiginosa, os primeiros minutos arrancaram bocejos.

Demasiada contenção dos vimaranenses expôs a equipa de Pedro Martins a lances como o que ocorreu ao minuto onze, com uma má receção de Esgaio a isolar Hassan. O egípcio não esperava ficar em posição privilegiada, acabando por não conseguir bater Douglas. Instalado no meio campo do Vitória, mesmo sem massacra, os arsenalistas acabaram por se adiantar no marcador de forma esperada.

Konan deixou-se antecipar por Paulinho, o avançado não se fez rogado e cabeceou para o fundo das redes. Durou 24 minutos a resistência de um Vitória que entrou como que amordaçado em campo. Um lance similar ao que levou os arsenalistas em vantagem para o intervalo. Mudaram apenas os intervenientes. Desta feita foi Jubal a controlar apenas com o olhar, deixando Hassan aparecer de forma fulminante.

Dois cabeceamentos similares, fulminantes, a desculpar Matheus. Pelo meio, numa ténue reação, até porque tinha de fazer forçosamente estando em desvantagem, o Vitória igualou o encontro com uma iniciativa individual de Raphinha, que depois de driblar Raúl rematou de ângulo apertado e fez aquele que foi o primeiro golo fora do V. Guimarães esta época. Mal na fotografia Matheus, a deixar a bola passar por baixo do corpo.

Reação sem poder de fogo

Pedro Martins tentou uma resposta mais incisiva, fazendo entrar Heldon logo ao intervalo com o intuito de dar mais argumentos ao seu ataque. Quase era traído logo no primeiro suspiro por um livre de Paulinho em que se chegou a gritar golo apesar de a bola ter saída ligeiramente ao lado.

Ficou repartido o jogo, cresceu o Vitória e estendeu-se mais no terreno seguindo a lógica futebolística que obriga equipa que corre atrás do marcador a fazer mais. Ia faltando critério de parte a parte em contraste com o desgaste que começou a ser notório com o evoluir do cronómetro.

Ganharam preponderâncias as bolas paradas, a meias com a falta de lucidez que começou também a notar-se de parte a parte. Não teve poder de fogo a reação do V. Guimarães, a Pedreira não tremeu e os Guerreiros voltaram aos triunfos no campeonato depois de duas derrotas consecutivas, com uma vitória saborosa e pragmático diante do rival.