Figura: Jonas

Regresso aos jogos no campeonato, golo, assistência e mais que influente nos três pontos do Benfica. Depois dos dois jogos na Taça da Liga, melhor retoma à equipa no objetivo de reforçar a liderança da I Liga. Em setenta minutos de corrida, presença e eficácia, explicou o porquê de o avançar da idade não ser um problema e que a lesão não lhe tirou o gosto ao pé.

Momento: minuto 42, o 0-2

O lance que sentenciou o resultado final foi o mais marcante e teve de tudo um pouco. Da polémica pela falta não assinalada de Lindelof sobre Soares, Mitroglou foi alheio a tudo isso, carimbou o segundo golo do Benfica antes do intervalo e lançou os encarnados para a gestão da vantagem no resto do encontro. Lance decisivo.

Positivo: a massa humana

Quase 27 mil adeptos (26985) no Estádio D. Afonso Henriques espelharam um jogo que teve espetáculo bem para lá das quatro linhas. Da coreografia dos adeptos do Vitória antes do jogo às palmas e abanar de cachecóis nos instantes finais do encontro, os minhotos provaram fidelidade à equipa, mesmo na derrota. Do lado do Benfica, o topo norte vestiu-se por inteiro de vermelho e saiu feliz com a vitória da sua equipa.

OUTROS DESTAQUES

Salvio: não influiu diretamente no resultado, mas o seu regresso ao onze encarnado foi preponderante para o desfecho do encontro. Começou por justificá-lo no lance individual que deu o golo da Jonas. Jogadas de perigo do ataque do Benfica foram, pois, sinónimo da sua presença, capacidade de drible, verticalidade e velocidade. Cedo cozinhou todos estes ingredientes, lançando a receita para o triunfo da equipa de Rui Vitória. Teve hipótese de fazer o 0-3 aos 86 minutos.

Mitroglou: mostrou, mais uma vez, não ser homem de estar de costas para o golo. O lance do 0-2 foi polémico, é certo, mas o avançado fez o que lhe competia em frente à baliza. Calmo e letal, rematou e deu mais conforto à vantagem do Benfica em cima do intervalo. De início a fim, fez uso do seu físico possante para incomodar a defensiva vitoriana. Disse sim à luta em todos os lances com Josué ou Pedrão. Presente.

Pizzi: num teste exigente à liderança do Benfica, o médio português provou ser cada vez mais importante na forma como as águias orquestram o seu jogo. Da pressão e solidez no início do processo defensivo à maneira como os encarnados saem para o ataque, Pizzi foi denominador comum nas duas equações. Primeiro com Fejsa, depois com Samaris. Até ao primeiro golo, intensificou as saídas para o ataque. Em vantagem, soube gerir esforço e aproveitamento. Resultado: equilíbrio, estabilidade e mais três pontos no bolso.

Hernâni: dos que mais exigiu à defesa do Benfica. Espevitou o Vitória para o ataque, deixou André Almeida em alerta constante no lado esquerdo da defesa e obrigou Lindelof a compensar quando se superiorizou ao marcador direto. Atenção: não foi, de todo, individualista. Criou espaços sozinho, sim. Testou os reflexos de Ederson na defesa da noite. Mas, acima de tudo, soube posicionar-se na direita do ataque e lançar colegas na tentativa do golo. Um esforço em vão.

Soares: espelho da raça e vontade do Vitória, foi incapaz de contrariar o eixo defensivo do Benfica. Pouco espaço entre os centrais não o permitiram ser oportunista como gosta e como quereria. Saiu (quase) esgotado na reta final do encontro. Deu corpo e intenção quando esteve em campo.

Ederson: hipótese e esperança foram palavras que o brasileiro não deu ao Vitória minhoto. Fez a defesa da noite a remate de Hernâni e nunca permitiu a aproximação dos locais no marcador. Atento e seguro nas bolas paradas na primeira parte, evidenciou-se com as defesas feitas na segunda. Manteve a baliza do Benfica a zeros.