Jogo quente na Cidade Berço, nervos à flor da pele, interrupção nos minutos iniciais, ambiente frenético e um Benfica pragmático a ter a frieza necessária para passar (1-3) num D. Afonso Henriques em ebulição.

O terreno era tradicionalmente e teoricamente difícil, apesar de os números dizerem que os encarnados até se costumam dar bem em Guimarães. No final sobraram três pontos para o Benfica, que voltou a encurtar para cinco pontos a desvantagem para o FC Porto.

O conjunto de Rui Vitória aguentou nas horas de maior aperto, essencialmente após o intervalo, e teve capacidade de marcar nas horas certas, conseguindo um triunfo por números expressivos.

Jonas abriu o ativo, Samaris e Salvio confirmaram o triunfo já na segunda metade.

Na sequência da derrota em Manchester, Rui Vitória apresentou um Benfica com uma revolução no onze, mudando metade dos jogadores de campo. Krovinovic foi a maior novidade, atuando pela primeira vez de início no campeonato. Voltou o 4x3x3 como sistema tático e Jonas ao centro do ataque, acabando por ser o avançado a adiantar o Benfica no marcador.

Do lado do V. Guimarães, também vindo de um jogo europeu (triunfo sobre o Marselha por 1-0), Pedro Martins mexeu quatro peças na sua equipa, destacando-se a ausência de Hurtado, que está ao serviço da seleção peruana.

Pressão encarnada deu frutos

Com o jogo a começar de forma tumultuosa, sendo interrompido logo nos instantes iniciais por força da confusão provocada pelos adeptos, o Benfica foi a primeira equipa a conseguir pausar o seu jogo, atuando de forma simples com a bola e muito pressionante.

O domínio encarnado ganhou contornos ao minuto 22, com Jonas a bater Miguel Silva. Krovinovic combinou bem com André Almeida, o lateral foi até junto da linha de fundo para fazer o passe certeiro para o avançado fazer o golo.

Processos simples, sem muitos aflorados, com o Benfica a chegar com relativa facilidade a terrenos adiantados, essencialmente quando acelerou pelo lado direito. As tentativas de resposta do Vitória faziam-se com afinco, com uma ameaça logo após o golo sofrido, mas faltou articulação para criar lances de verdadeiro perigo.

Frieza resolveu

A correr atrás do prejuízo, fez por crescer no jogo a equipa da casa após o intervalo. O conjunto de Pedro Martins conseguiu vários lances de bola parada capazes de criar perigo, obrigou o Benfica a baixar as suas linhas e a praticamente não atacar.

Héldon tentou um golo de bandeira com um remate em arco de fora da área. Svilar, que fez várias interceções importantes, teve de jogar com a mão fora da sua área e acabou por ser preponderante quando o Benfica passou por apuros.

Num ápice, em apenas três minutos, a frieza de Samaris e Salvio fez a diferença a desnivelar o marcador. Primeiro foi Samaris a resistir ao puxão de Francisco Ramos e a encaminhar-se para a baliza de Miguel Silva para fazer o golo da tranquilidade. Depois foi Salvio a aparecer em posição privilegiada para fazer um chapéu ao guarda-redes vimaranense.

A reação do Vitória ainda deu um golo a Rafael Martins e pôs Tallo na marca dos onze metros, no último suspiro do encontro, mas o avançado desperdiçou.

Três pontos para o Benfica num jogo intenso, em que soube sofrer e ser pragmático.