Um golo de Rincón, atacante colombiano que se estreou no campeonato português, devolveu o V. Guimarães aos triunfos ao desatar o nó no embate com o Boavista. A equipa vimaranense não vencia desde a primeira jornada, mas saiu triunfante do dérbi com o rival axadrezado (1-0), conseguindo assim  uma injeção de confiança para a série que se avizinha.

Com um arranque de época aquém do esperado, Pedro Martins e Miguel Leal apresentaram as suas equipas quase transfiguradas para o jogo da quinta jornada. O técnico da casa alterou sete peças comparativamente com o jogo em Paços de Ferreira, estreando os reforços Victor Garcia, Wakaso e Rincón no onze.

Do lado do Boavista Miguel Leal mexeu menos, mas ainda assim os quatro elementos alterados mudaram substancialmente a equipa. A estreia do jovem Gilson foi a maior novidade.

A primeira metade do encontro ficou a dever muito aos cânones do futebol espetáculo. O Boavista abdicou de jogar, foi combativo a defender e apostou tudo em aproveitar erros da equipa da casa para lançar contragolpes, ou bolas paradas bombeadas para tentar fazer a diferença na área.

Cenário que forçou o V. Guimarães a ter bola e a assumir as despesas do jogo. A equipa de Pedro Martins teve, de facto, maior caudal ofensivo, mas faltou entrosamento para fazer a bola circular com qualidade. Do ponto de vista individual também ninguém conseguiu destoar com rasgos assinaláveis, faltando, ao fim de contas criatividade coletiva e individual para provocar calafrios a Vagner.

Poucos motivos de interesse num embate de rivalidade histórica que também em emotividade ficou a dever muito a duelos de outros tempos. Com mais responsabilidade, até pela importância que atribuiu ao encontro, Pedro Martins acrescentou Hurtado ao encontro ao intervalo, desfazendo a adaptação de Sturgeon como organizador de jogo.

Melhorou substancialmente o futebol do Vitória com o internacional peruano a assumir a batuta. Ganhou maior capacidade de passe a equipa de Pedro Martins, mais agilidade entre linhas e capacidade para desequilibrar.

Aos vinte minutos da segunda metade o Estádio D. Afonso Henriques eclodiu com o golo que devolveu o Vitória aos triunfos. Combinação bem delineada na esquerda, Raphinha chegou a uma zona propícia para tirar o cruzamento e serviu Rincón com as medidas certas e o colombiano apareceu no sítio certo para desatar o nó.

Vinda de um triunfo da Liga, na receção ao Desp. Aves, ainda que pelo meio tivesse sido eliminada da Taça da Liga, a equipa do Boavista tentou fazer aquilo que não tinha feito até então, ou seja, construir jogo e olhar com afinco para a baliza adversária. Conseguiu-o, teve alguns períodos de superioridade a meias com alguma tremedeira do Vitória que punha especial importância neste jogo.

Investida axadrezada insuficiente para evitar que o Vitória voltasse a sorrir. Os estreantes acrescentaram qualidade à equipa, Rincón foi mesmo o autor do golo do triunfo, mas o conjunto de Pedro Martins precisa de crescer enquanto conjunto. Ainda assim, na véspera da estreia europeia era importante o reencontro contra os triunfos. Vencer diante de um rival tem ainda mais sabor.