A pantera foi demasiado frágil para importunar um D. Afonso Henriques de espada afiada, confortavelmente instalado no quarto posto da classificação. Num jogo entre rivais, o V. Guimarães impôs-se ao Boavista vencendo (2-0) com golos de Hurtado e Hernâni, dominando por completo os axadrezados numa Cidade Berço em ebulição.

Entrando em campo sabendo que o Sp. Braga tinha sido derrotado em Paços de Ferreira, a equipa de Pedro Martins tinha uma oportunidade soberana para cimentar o quarto lugar, passando a ter cinco de vantagem para o rival minhoto. Cenário que se veio a verificar.

Por isso, o figurino do encontro rapidamente ficou estabelecido. A iniciativa de jogo pertenceu quase em absoluto ao V. Guimarães, com o Boavista a ficar na expetativa, com as linhas cerradas em frente à sua área, montando uma floresta de pernas difícil de penetrar.

Meia hora de resistência axadrezada

Apesar das dificuldades, a maior qualidade técnica dos vimaranenses ia vindo ao de cima, a espaços, quando o bloco axadrezado era corrompido. Texeira esteve na cara de Vagner depois de um passe displicente de Edu Machado, mas não aproveitou a deixa do defesa do Bessa. Pouco depois, na sequência de um canto, Josué esteve muito perto de fazer a emenda em cima da linha de golo.

Pronúncio de que seria uma questão de tempo até o sentido único do encontro ganhar expressão no marcador. Hurtado, o caçador de panteras que decidiu os dois jogos já disputados entre os dois emblemas esta época, confirmou o ascendente vitoriano ao inaugurar o marcador a dois minutos da meia hora.

Canto de Hernâni, Texeira desvia para defesa apertada de Vagner, e o peruano apareceu de forma oportuna a encostar para o fundo das redes. Sem Idriss e Fábio Espinho, duas pedras basilares do miolo da equipa de Miguel Leal, o Boavista não teve capacidade de resposta, vendo Vagner ser uma das suas principais unidades.

Trivela de Hernâni resolve

Esperava-se uma reação axadrezada com mais afinco depois do período de descanso, mas foi o Vitória quem voltou a impor o ritmo conquistando dois cantos nos instantes iniciais, sendo que, na ressaca de um deles, Hernâni resolveu o encontro.

Trivela com o pé esquerdo a apanhar Vagner desprevenido, num duro golpe para as aspirações de resposta do Boavista. Com o tirar do pé do acelerador, o Boavista tentou dar um ar da sua graça, mas nunca chegou a por as garras de fora.

Quinto jornada consecutiva a vencer do V. Guimarães, cimentando o quarto lugar com um triunfo incontestável. A equipa de Pedro Martins respira alegria, está numa fase positiva e o Boavista, que somou o quinto jogo sem vencer, sucumbiu de forma natural perante um Estádio D. Afonso Henriques com quase 25 mil espectadores a comungar da mesma alegria da equipa.