Jogo de loucos no D. Afonso Henriques. O Vitória de Guimarães regressou aos triunfos após quatro jogos sem vencer, batendo o Estoril (3-2). Aos vinte minutos a equipa vimaranense perdia por duas bolas a zero, num cenário de pavor em Guimarães, com o desnorte da equipa a ser complementado com a reação das bancadas.

A expulsão de Holsgrove, a cinco minutos do intervalo, alterou por completo o rumo do jogo. Uma segunda parte avassaladora do Vitória, em absoluto contraste com a primeira, fez seguir uma cambalhota no marcador à cambalhota no jogo. André Silva, João Mendes e Safira carimbaram o triunfo conquistador, anulando a vantagem construída por Tiago Araújo e Rodrigo Gomes.

Na estreia de Vasco Seabra no comando técnico do Estoril em jogos da Liga, a equipa canarinha teve aquela que foi provavelmente a melhor entrada em jogo esta temporada. Guitane, com os seus rasgos pelo corredor central, abanou a estrutura de um Vitória já de si trémulo numa série de quatro jogos sem vencer.   

Vitória abana e ameaça desmoronar-se

Enquanto o Vitória se perdia com a conquista de pontapés de canto, de rompante em oito minutos a equipa da linha construiu uma vantagem de dois golos ainda antes de a primeira parte chegar a meio. Rodrigo Gomes rompeu pela direita no lance do primeiro golo, cruzando já na área junto à linha de fundo, com a bola a atravessar toda a pequena área. Tiago Gomes apareceu do lado oposto para finalizar.

Os vimaranenses nem podem queixar-se da falta de aviso com este golo sofrido aos 12 minutos, uma vez que instantes antes valeu Bruno Varela a fazer a mancha quando Cassiano lhe apareceu à frente completamente isolado. O segundo do Estoril chegou ao minuto vinte com mais uma dose de facilidade. Rodrigo Gomes fez o que quis na área, desviou-se de Jorge Fernandes, e atirou de pé esquerdo para o fundo das redes.

Vinte minutos. Estoril a vencer por duas bolas a zero com competência máxima perante um Vitória perdido em campo, sem alma e a arrancar reações negativas das bancadas. Um esboço de reação nos derradeiros minutos da primeira parte – após a expulsão de Holsgrove com vermelho direto por falta sobre Manu Silva – fez adivinhar o filme da segunda parte.

Estoril para no vermelho para o Vitória avançar

O Estoril fez por se organizar com dez elementos, Paulo Turra operou três substituições ao intervalo, e a segunda parte foi de sentido único. A equipa da linha recolheu-se por completo num convite à subida do Vitória, que em desvantagem foi para cima do adversário, abafando por completo o Estoril.

Demérito do Estoril pela forma como se expôs, mesmo estando em inferioridade numérica, ganhou uma nova alma o conjunto da casa. Chegou ao golo aos 56 minutos num dos muitos lances de bola parada de que dispôs. Livre de Tiago Silva, na área André Silva cabeceou à ponta de lança para fazer o D. Afonso Henriques entrar em convulsão.

Safira falhou escandalosamente em cima da linha de golo a vinte minutos do fim. Um cruzamento milimétrico de Bruno Gaspar para João Mendes rematar de primeira para o fundo das redes, restabelecendo o empate no encontro ainda com vinte minutos, mais os descontos, para de jogar.

Continuou a pressionar o Vitória, ainda que a partir do empate o Estoril já conseguisse sair em contragolpe, ficando o jogo resolvido em cima do minuto noventa. Um penálti sofrido por Safira – num lance que demorou vários minutos a ser analisado – deu ao brasileiro a oportunidade de fechar a contagem. Foi o que aconteceu: o brasileiro deu os três pontos ao Vitória num jogo de loucos.