O V. Guimarães pôs um travão na crise de resultados, há cinco jornadas que não conquistava os três pontos, e voltou aos triunfos ao vencer o Marítimo por uma bola a zero no jogo de abertura da jornada 23. Uma vitória que acaba por se justificar, ainda que sem o brilhantismo de outros jogos.
 
Josué, de cabeça, foi o autor do golo que valeu a vitória ao conjunto minhoto, tendo resolvido o encontro ao minuto 33. A equipa insular jogou praticamente todo o segundo tempo em inferioridade numérica e foi muito pouco produtiva em Guimarães, num jogo em que André André voltou a falhar uma grande penalidade.
 
Assistiu-se a um jogo estranho no D. Afonso Henriques. Um Vitória a reinventar-se novamente não mostrou o fulgor de outros tempos, e alternou entre a vontade de fazer mais e o medo de errar. Uma faceta em tudo idêntica à de um Marítimo que desde o início da época se bate pelo mesmo dilema.
 
Este cenário fez com que lances de futebol com cabeça, tronco e membros fossem uma raridade. Marega do lado do Marítimo e Tomané do lado do V. Guimarães pareciam lutar de forma inglória no ataque perante a inoperância coletiva de ambas as equipas.
 
Apenas de bola parada o encontro mudou de figura. Depois de meia hora pouco colorida, Alex descobriu Josué nas costas de defesa e o V.Guimarães colocou-se em vantagem através de um livre na quina da área. A defesa maritimista fica mal na fotografia, o livre de Alex vale meio golo e Josué começou a desenhar o triunfo do V. Guimarães.
 
Com Douglas na baliza, recuperou a guarda da baliza do V.Guimarães que lhe fugia há dezasseis jornadas, o conjunto de Rui Vitória conseguiu uma importante vantagem quando o encontro teimava em nem atar nem desatar.
 
A tarefa ficou ainda mais facilitada logo aos dois minutos do segundo tempo quando o Marítimo ficou reduzido a dez unidades. Marega, que até estava a ser dos jogadores mais produtivos ofensivamente, viu a segunda cartolina amarela por protestos e alterou o rumo do jogo.
 
Foi mais tímida do que o expectável a reação da equipa de Leonel Pontes, ganhou mais espaço para espreitar o contra-ataque o V.Guimarães. Em inferioridade numérica o Marítimo raramente foi capaz de criar perigo. Vindo de cinco jornadas sem vencer, o V.Guimarães também não conseguiu esboçar lances com clarividência suficiente para dar a estocada final no encontro.
 
Até teve uma oportunidade soberana já muito perto do apito final de Bruno Paixão, André André dispôs de uma grande penalidade mas voltou a falhar da marca dos onze metros, mas Salin susteve-lhe o remate.
 
V.Guimarães e Marítimo tinham feridas para curar. Sem o brilhantismo de outros triunfos foi a equipa da casa a amealhar os três pontos e a pôr um travão na série de cinco jornadas sem vencer. Depois da derrota caseira com o Belenenses, o Marítimo volta a perder. Com 23 jornadas somadas, o conjunto insular parece ainda procurar a sua identidade.