A FIGURA:

Pelé

Ponto prévio: usar a alcunha de Pelé deveria de ser proibido no mundo do futebol por uma questão de respeito pelo que é sagrado. Ainda mais para quem além das parecenças fisionómicas com o «Rei» ainda joga com uma camisola «canarinha». Ainda assim, esta noite Judilson Mamadu Tuncara Gomes encheu o meio campo dos castores… E não apenas pela sua impressionante capacidade física. Pelé (pronto, faça-se a concessão, que ele hoje merece) fez a diferença nas transições ofensivas e também nas bolas paradas, como ao apontar o canto com que Fábio Cardoso inaugurou o marcador, numa jogada com a curiosidade de ter como protagonistas dois jogadores cedidos pelo Benfica. Este Pelé não é o «Rei», mas hoje no Afonso Henriques foi um «reizinho».

O MOMENTO: Minuto 45’. Sinal vermelho para o Vitória

Mais do que o golo de Fábio Cardoso, logo aos três minutos, é o sinal (cartão) vermelho a João Teixeira que condiciona o Vitória, que fica toda a segunda parte a jogar com menos um jogador e a tentar correr atrás do prejuízo. A entrada sobre Marco Baixinho é dura, mas a decisão de expulsar o médio vitoriano por parte do árbitro João Capela, por indicação do seu auxiliar, parece exagerada. Tal como exagerado é o número de cartões o árbitro lisboeta habitualmente mostra. Hoje, foram sete amarelos e um vermelho.

OUTROS DESTAQUES:

Diogo Jota

Ao contrário de Otávio – o artista do lado contrário, que esteve longe de mostrar a inspiração habitual – Jota voltou a mostrar o seu enorme talento. Mesmo sem uma exibição de antologia, ofereceu um golo feito desperdiçado por André Leal (63’) e tentou ele mesmo desfeitear Miguel Silva, num remate fortíssimo aos 90’.

Rafael Defendi

Se o Vitória não chegou ao empate, sobretudo na segunda parte, muito pode queixar-se da excelente exibição do guarda-redes brasileiro, que esta noite esteve muito seguro entre os postes. Sempre que foi preciso, apareceu para salvar com a mão ou até com o pé… Defendi defendeu mesmo.

Dalbert

Com Otávio desinspirado e sem grande perigo a surgir pelos flancos do ataque vitoriano, as subidas do lateral brasileiro foram dos poucos fatores de desequilíbrio da equipa vimaranense. Acima e abaixo, fez todo o flanco esquerdo, rematou (aos 83’ a bola saiu ligeiramente por cima), assistiu (aos 80’, quase deu o golo a Rafael) e quase marcou, num canto direto (12’) salvo em cima da linha por Defendi. O melhor do Vitória.

Rafinha

Raphael ou Rafinha… Podem decorar o nome do jovem extremo brasileiro de 20 anos que esta noite se estreou na equipa principal do Vitória de Guimarães. Entrou, mostrou capacidade técnica e algum poder físico e pela esquerda tornou-se uma dor de cabeça para o seu marcador direto. Aos 80’ quase fez o golo do empate num remate cruzado, quase sem ângulo, que pôs à prova a atenção de Defendi.

Henrique Dourado

Luta muito o brasileiro e até esteve perto do golo durante um par de ocasiões. É um jogador distinto, com alguma classe, mas tem andado desinspirado, apesar da muita transpiração em quase todos os jogos. Fez apenas um golo nas últimas cinco jornadas e hoje voltou a ficar em branco.