O Portimonense somou em Guimarães a primeira vitória na presente edição da Liga, com uma cambalhota no marcador num jogo em que esteve grande parte do jogo em desvantagem. Com dois golos de Carlinhos na reta final do encontro, sorri pela primeira vez e impõe a derrota a um Vitória demasiado perdulário.

Aos 82 minutos do encontro os algarvios perdiam por uma bola a zero no D. Afonso Henriques, numa partida em que vi um adversário superior acumular erros sem ter capacidade para arrumar com a questão. A crença do Portimonense acabou por ser essencial para a conquista dos três pontos.

Primeiro de grande penalidade e depois quando já passavam seis minutos para lá dos noventa, o brasileiro que ostenta a braçadeira de capitão do Portimonense bisou na partida e guiou os algarvios para o triunfo com um grande golo num dos derradeiros lances do encontro. Terceiro desaire consecutivo do Vitória de Guimarães.

Jota Silva contra ventos e marés

Com períodos de aguaceiros fortes, a juntar a um jogo que já de se teve períodos muito pastosos, juntaram-se no D. Afonso Henriques ingredientes para que não se assistisse propriamente a um jogo exuberante. A este cenário junta-se o contexto de ambas as equipas, com o Portimonense ainda sem saber o que era vencer e com o Vitória a vir de duas derrotas.

Ainda assim, foi a equipa da casa a chamar a si maior acutilância, assumindo as despesas do jogo. Tentou ter mais bola a equipa de Paulo Turra perante um Portimonense mais na expetativa e que fez por pausar o jogo. Emergiu Jota Silva com a sua postura estonteante a dar ao Vitória sinal mais no jogo.

Num lance pelo lado direito o atacante ganhou no ombro a ombro com Lucas Ventura, conseguindo chegar à linha. De ângulo difícil, tentou o cruzamento, vendo Relvas desviar de forma fatídica a bola para a sua própria baliza, adiantando o Vitória no marcador. O mesmo Jota Silva quase assinou o segundo do Vitória num remate violento devolvido pela trave.

Carlinhos assume a batuta

Esperava-se uma reação do Portimonense à desvantagem, frente a um conjunto vimaranense que não convencia. Foi neste limbo que o jogo se foi desenrolando, com o Vitória a ter vários lances para poder arrumar com a questão, mas várias tomadas de decisão desajustadas levavam o D. Afonso Henriques ao desespero. O minuto 73 foi o principal exemplo disso, num lance de desperdício incrível do Vitória, com três remates no mesmo lance.

Mesmo não dando sinais de poder intrometer-se na luta pelo jogo, o Portimonense nunca entregou as armas e, ao sabor do jogo, aproveitou para chegar à vantagem de forma impensável. Um derrube de Manu Silva Gonçalo Costa na área deu a Carlinhos a oportunidade de mexer com um jogo pastoso. O médio brasileiro bateu Bruno Varela da marca dos onze metros.

Com o jogo completamente partido, o Vitória a tentar em desespero recuperar os pontos perdidos, descompensou-se e viu o médio brasileiro aproveitar o espaço para num lance individual para decidir. Manu Silva não conseguiu o segundo desarme consecutivo, após limpar um primeiro lance.

Carlinhos fez-se valer da sua técnica apurada, enquadrou-se com a baliza e perante Bruno Varela não deu hipóteses. Dá nova vida ao Portimonense, que sai de Guimarães a sorrir com o primeiro triunfo nesta edição do campeonato.