Um golo de Ricardo Valente decidiu o dérbi minhoto que abriu a 29ª jornada da Liga (1-0). Em ciclos opostos, a lógica levou um valente safanão e somou mais um ponto a teoria de que nem sempre as equipas que estão melhor vencem os dérbis. O segundo tempo do V.Guimarães justificou o triunfo, suado e com sofrimento quanto baste na fase final.

Os dez pontos que separavam os dois emblemas à partida para o terceiro duelo da época entre as duas formações, bem como o momento de forma de ambas as equipas diluíram-se com o primeiro sopro no apito por parte de Carlos Xistra.

O V.Guimarães fez da vontade a sua principal arma para ombrear com o inegável maior poderio bracarense. Sérgio Conceição apresentou-se no D. Afonso Henriques na máxima força, sem baixas a lamentar. A primeira contrariedade chegou a cinco minutos do intervalo, quando Ruben Micael teve de dar o seu lugar a Alna, a contas com problemas físicos.

Por sua vez, Rui Vitória teve que fazer três alterações forçadas no seu conjunto. Kanu e Nii Plange renderam os castigados Josué e Bruno Gaspar no setor mais recuado dos vimaranenses. O lesionado Alex viu o seu lugar ser ocupado por Ricardo Valente.

Muitas faltas, pouco futebol   

Os primeiros quarenta e cinco minutos pautaram-se pelo equilíbrio e pelo excessivo número de faltas cometidas, que se sobrepuseram qualidade do futebol apresentado por ambas as equipas.

Com os pupilos de Rui Vitória e de Sérgio Conceição a não irem de modas e a fazer uso recorrente da falta para travar o adversário, as bolas paradas foram, como consequência natural, os principais focos de perigo junto das balizas.

Foi num desses lances que André Pinto foi à área do V.Guimarães rubricar aquele que foi o lance de maior perigo da primeira parte. O defesa central apareceu nas costas da defesa vimaranense a pentear o esférico num livre cobrado por Pardo na quina da área.

Mais Vitória na segunda parte

Se o equilíbrio foi o tónico dominante nos primeiros quarenta e cinco minutos, deu mais Vitória depois do período de descanso. Os pupilos de Rui Vitória puseram de lado o respeito pelos pergaminhos do adversário e balancearam-se para o ataque.

Com uma hora de jogo cumprida André André atirou à barra e Tomané atirou a centímetros do poste logo de seguida. Montava-se o cerco à baliza do russo Kritciuk, que não havia sofrido golos nos últimos quatro jogos. O tento do triunfo, tão merecido quanto expectável nesta fase do encontro, chegou pela cabeça de Ricardo Valente, na sequência de um pontapé de canto.

O Sp. Braga fez um «forcing» final, acabou por cima e obrigou o V.Guimarães a reagrupar-se na sua área para segurar com sofrimento os últimos suspiros do encontro. Suspiros que deram lugar a festejos efusivos no final do encontro.

Afinal, um dérbi é um dérbi, mesmo com a diferença pontual a distanciar os dois eternos rivais minhotos. Travão na série de três triunfos do Sp. Braga e nos quatro jogos sem sofrer golos. O V.Guimarães regressa aos triunfos e alcança uma importe lufada de ar fresco para as derradeiras jornadas do campeonato.