O Sporting continua com tiques de líder. Tiques de líder e qualidade de líder, permanecendo no comando da Liga após sair de Guimarães com uma goleada (0-4) naquele que foi o quarto triunfo consecutivo no campeonato, mantendo-se invencível e com instinto felino para visar a baliza adversária.

Chapa quatro pela segunda jornada consecutiva, desfazendo por completo aquela que era a melhor defesa do campeonato até agora. O Vitória apenas tinha sofrido três golos nas seis primeiras jornadas, encaixando quatro frente a um Sporting que parece insaciável.

O mérito leonino é inegável, sendo difícil perceber a distribuição dos pesos da balança ao acrescentar à equação a debilidade de um V. Guimarães que demonstrou uma imagem muito pálida, desgarrada e com argumentos limitadíssimos para lutar pelos pontos em disputa.

Alheio a isso, o Sporting fez o que lhe competia com uma simplicidade contagiante, pressão no momento e nos locais certos e talento para definir com critério no último terço. Talento como o de Pedro Gonçalves, a figura do encontro, que bisou na partida e fez uma assistência no D. Afonso Henriques.   

Entrada a todo o gás

A jogar no terreno da defesa menos batida do campeonato, o Sporting entrou a todo o gás, mostrando logo no primeiro minuto as garras do leão. Sporar esteve na cara se Bruno Varela, que com uma saída destemida com os pés evitou males maiores para o Vitória. No seguimento do lance João Mário trabalhou à entrada da área, sentou o desastrado Mikel Agu e rematou de seguida com o pé esquerdo ao travessão.

Arranque de cortar a respiração, a premeditar o que se seguiria. Sem surpresas o conjunto de Ruben Amorim chegou ao golo aos onze minutos em mais uma saída de bola defeituosa do Vitória, a qual Pedro Gonçalves agradeceu para servir Nuno Santos, a novidade no onze do Sporting. Nuno Santos nem recebeu nas melhores condições, mas teve tempo para tudo, para se virar e rematar cruzado para o fundo das redes.

Demasiadas brechas na ligação entre setores do Vitória, a deixar variadíssimas vezes a equipa de João Henriques exposta ao talento e assertividade dos leões, que aumentaram a vantagem pouco antes do intervalo. Bom trabalho de Porro na direita, a servir Pedro Gonçalves, que remata de primeira, contando ainda com um desvio precioso em Suliman para bater Bruno Varela.

Pelo meio o jogo ficou ligeiramente equilibrado, o Vitória até podia ter marcado num lance de bola parada, por intermédio de Suliman, mas na retina fica a sagacidade da equipa de Alvalade perante um Vitória muito desconexo, em que tudo sai em esforço e sem ligação aparente.

Chapa quatro outra vez

A segunda metade o Vitória tentou dar um ar da sua graça e até equilibrou as contas frente a um Sporting que pareceu, a espaços tirar o pé do acelerador. Chegou-se a terrenos mais adiantados a equipa de João Henriques, mas sem astúcia para criar perigo. André André ainda marcou, mas estava em posição irregular.

Se é que haviam dúvidas, Pedro Gonçalves tratou de arrumar definitivamente com a questão quando estavam cumpridos dez minutos do segundo tempo. Bola longa de Adán, num pontapé de baliza, má abordagem da defesa do Vitória e Pedro Gonçalves na cara de Bruno Varela. Desguarnecido, o guarda-redes pouco pôde fazer a não ser ir novamente ao fundo das redes. Sangue frio, talento puro de Pedro Gonçalves.

 A contagem ficou selada a um quarto de hora dos noventa com o tento de Jovane Cabral. Matheus Nunes está na génese da jogada a percorrer um bom par de metros com o esférico, servindo depois o atacante, que antes de atirar ainda serpenteou na +área sem grande oposição.

Segue líder o leão, de peito feito e com a moral em alta ao golear pela segunda jornada consecutiva. Marcou onze golos nos últimos três jogos, esta noite marcou mais ao Vitória do que aquilo que os vimaranenses haviam sofrido em seis jornadas. Triunfo incontestável; o Vitória demonstrou debilidades, mas este leão tem garras afiadas.