Natal em tons de amarelo para o Tondela e para o V. Guimarães. Os tondelenses venceram pela primeira vez no D. Afonso Henriques (0-1) em jogo antecipado da 16ª jornada da Liga e limpou a péssima imagem da derrota pesada diante do Benfica, subindo dois lugares à condição na tabela. Motivos para sorrir para Pepa, a colorir o Natal dos beirões.

Em contraponto, a época festiva do Vitória é também em tons de amarelo, mas com contornos de alerta. Terceiro desaire consecutivo, continuam as dificuldades em articular jogo e os lugares europeus fogem de forma vertiginosa.

No jogo desta noite a criatividade escasseou e o Tondela acabou por ser mais eficaz no momento das decisões. Um penálti para cada lado, Murilo converteu, Raphinha permitiu a defesa a Cláudio Ramos e confirmou o segundo triunfo consecutivo para o Tondela fora de portas.

Vitória ameaça, Tondela assusta

Começou com maior ímpeto o conjunto de Pedro Martins, dominou os instantes iniciais e Sturgeon obrigou, inclusivamente, Cláudio Ramos a fazer uma defesa apertada para canto. Sturgeon a jogar entre linhas e as cavalgadas de Victor Garcia ameaçaram uma prestação prometedora.

Mas o Tondela não se assustou, e respondeu de forma tranquila, não tendo medo de ter a bola e de tentar criar lances de perigo. Uma tarefa levada a cabo com sucesso, uma vez que os pupilos de Pepa causaram calafrios, armaram vários remates e arrancaram assobios das bancadas e intranquilizaram a equipa da casa.

As dificuldades demonstradas em Moreira de Cónegos vieram novamente ao de cima, com os vimaranenses a voltarem a evidenciar muitas dificuldades para articular o seu jogo, recorrendo invariavelmente ao futebol direto. Quando não o fez expôs-se quase sempre de forma perigosa perante um Tondela a querer limpar a imagem da última jornada. Hélder Tavares teve no pé direito a oportunidade de abrir o ativo, mas o remate saiu ao lado quando estava em boa posição à passagem dos vinte minutos.

Num dos derradeiros lances da primeira metade o Vitória criou perigo na sequência de um pontapé de canto, com Cláudio Ramos a ter de se aplicar para parar o cabeceamento de Rafael Miranda e na ressaca Marcos Valente atirou ao ferro. Contas feitas, o Vitória teve mais oportunidades, mas não convenceu e saiu para o intervalo debaixo de mais assobios.

Desempate através de grandes penalidades

Nos primeiros minutos da segunda metade assistiu-se a mais do mesmo. As equipas voltaram a anular-se com simplicidade, encaixando-se perante a falta de fantasia individual. Cresceu o V. Guimarães com a primeira aposta de Pedro Martins a partir do banco, com o peruano Hurtado a entrar e dar mais opções ao meio campo ofensivo.

Passou  a dominar a equipa da Cidade Berço, jogou mais tempo no meio campo adversário e dispôs de mais remates. Algumas séries de remates aflitivas para a baliza do Tondela, mas havia sempre alguém voluntarioso a dar o corpo à bola e a evitar que a baliza acabasse visada. Nos derradeiros minutos deu-se um desempate do jogo através da marcação de grandes penalidades.

Tondela e V. Guimarães tiveram um castigo máximo cada, valeu a eficácia de Murilo e a ineficácia de Raphinha, a permitir a defesa a Cláudio Ramos. Quando o Vitória atacava, sofreu um rude golpe. Mudança de velocidade de Murilo, embrulhou-se com Konan e António Nobre assinalou castigo máximo. Os longos segundos de espera pelo vídeo-árbitro não anularam a decisão e o próprio Murilo bateu Douglas.

Pouco depois Ricardo Costa agarrou Jubal, desta feita com recurso a imagens António Nobre deu novo castigo máximo, mas Cláudio Ramos segurou a vantagem construída por Murilo. Os últimos minutos foram de sufoco para o Tondela, com mais coração do que cabeça o Vitória pressionou, mas não conseguiu evitar o cenário de crise.

Contestação em Guimarães, lenços brancos para o relvado e em direção à tribuna depois de três derrotas consecutivas, com debilidades visíveis na construção de jogo. Imune a isso o Tondela sai pela primeira vez de Guimarães com pontos, premiando uma exibição organizada.