A FIGURA: Otávio

Mesmo quando não está particularmente inspirado é por ele que passa o jogo ofensivo do V. Guimarães e é por sua causa que o corredor central ganha uma nova dimensão em termos de criatividade. Quando a equipa precisava, veio buscar jogo atrás, assistiu bem e quase marcou de livre, apesar de um ou outro exagero no drible. Acabou por marcar mesmo, com classe, da marca da grande penalidade, fazendo o empate a duas bolas a vinte minutos do final. Está finalmente a adaptar-se ao futebol português e o mais natural é que, apesar de tal não ter acontecido na reabertura de mercado, o FC Porto o resgate para o integrar no plantel no final da época.

O MOMENTO: Minuto 70’. Duplo castigo máximo

O V. Setúbal já estava a jogar com menos um elemento e até conseguiu voltar a adiantar-se no marcador nessa condição… Até que Victor Andrade apareceu isolado na área e acabou derrubado por Tiago Valente. Resultado: grande penalidade, golo e o V. Setúbal reduzido a nove jogadores e a tentar resistir durante vinte minutos com muitos nervos à mistura. Um castigo máximo e duplo.

NEGATIVO: treinadores expulsos no túnel

Sérgio Conceição e Quim Machado deveriam de dar o exemplo, mas ao invés disso começaram em campo uma troca de palavras ainda antes do final da primeira parte, a ponto de o árbitro ter de interromper o jogo para intervir e serenar os ânimos. Minutos depois, assim que soou o apito para o intervalo, os dois técnicos acabaram por protagonizar uma troca de palavras acesa no túnel de acesso aos balneários. Acabaram expulsos, mas no final ambos argumentaram que o árbitro exagerou na decisão.

OUTROS DESTAQUES:

Licá

O mais inconformado dos vimaranenses na primeira parte, quando a equipa entrou no jogo praticamente em desvantagem. O extremo emprestado pelo FC Porto rompeu pelos flancos e pela zona central uma mão cheia de vezes, esteve perto do golo e foi o primeiro a dar a resposta ao golo sofrido: aos 14’ rematou forte de fora da área, quatro minutos depois apareceu bem nas costas dos centrais e atirou contra Ricardo, que se saiu ainda melhor da baliza. Foi uma ameaça para a defesa sadina, até que logo no início da segunda parte se lesionou e teve de ceder o lugar a Victor Andrade.

André Claro

Ao contrário do seu companheiro de ataque Cissé, André Claro não é possante, mas compensa essa pecha com o esclarecimento com que trata a bola. Entendeu-se bem com o colega de ataque numa equipa que entrou no jogo adiantada no terreno e aos oito minutos inaugurou no marcador num remate de fora da área bem colocado. Um grande golo de André. Pois Claro!

Cissé

A outra lança apontada à baliza vimaranense. Com o terreno pesado, o guineense emprestado pelo Sporting fez uso do seu poder físico e desgastou a defesa contrária. E quando teve espaço foi um problema… Da primeira vez (12’) rematou de fora da área para defesa apertada de Miguel Silva, da segunda (35’) apareceu-lhe na frente e, isolado, escorregou no momento de rematar e à terceira (56’) resolveu inventar um golo: surgiu pela direita em posição duvidosa, entrou na área e rematou cruzado para o fundo da baliza.

Ricardo

Na primeira parte e sobretudo nos vinte minutos finais da partida foi defendendo tudo o que pôde: remates de Licá e Ricardo Valente, um livre de Otávio, e sobretudo um desvio de Francis, defendido em cima da linha de golo bem perto do fim… Até que Josué apareceu sozinho no coração da área a subir mais do que os centrais e cabeceou tão colocado que a bola até bateu na trave antes de entrar. Não havia nada a fazer, tal como não havia hipóteses na grande penalidade convertida por Otávio. Resumindo: Ricardo não teve culpas nos dois golos que sofreu, que não mancharam uma excelente exibição.