Com dois golos de Edinho, o Vitória foi ao Restelo bater o Belenenses e, desta forma, ganhar embalo para a Final Four da Taça da Liga, com jogo marcado já para a próxima quarta-feira frente ao Sp. Braga. Valeu o pragmatismo ofensivo da equipa de José Couceiro para desatar um jogo que se desenhava equilibrado. Depois do primeiro golo, ficou tudo mais fácil para os sadinos que souberam explorar bem os desequilíbrios a que a equipa de Quim Machado teve de se expor. Os «azuis» só conseguiram reduzir já perto do final e ainda apertaram os sadinos que defenderam com unhas e dentes a vantagem que tinham conquistado com justiça.

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As duas equipas entraram em campo com disposições táticas idênticas, com dois médios de contenção e outros três mais soltos no apoio ao ataque. Os equilíbrios fizeram-se notar desde logo, com muitos choques na zona central do jogo, com muitas interrupções, mas a verdade é que enquanto os azuis batiam persistentemente contra a consistência sadina, a equipa de José Couceiro atacava com mais pragmatismo, lançando a bola para a frente para depois lutar por segundas bolas e, assim, provocar desequilíbrios.

Zé Manuel, a jogar solto entre João Amaral e Nuno Santos, nas costas de Edinho, era uma peça fundamental nesta estratégia, descaindo para um flanco ou para outro, para provocar desequilíbrios e obrigar o Belenenses a afrouxar as suas linhas defensivas. Enquanto os homens de Quim Machado só conseguiam chegar à área contrária em lances de bola parada, os de Couceiro arriscavam e tiravam mais dividendos, chegando mais vezes à linha de fundo.

O jogo estava ainda assim equilibrado quando o Belenenses deixou uma porta aberta ao tentar acompanhar um contra-ataque de Miguel Rosa. Com a equipa a subir, Costinha recuperou a bola e apanhou toda a gente em sentido contrário, com exceção de Zé Manuel que se destacou na área e, perante a saída de Cristiano, serviu Edinho para golo. Um remate enrolado, mas com a bola a fugir de Cristiano. O Belenenses demorou a digerir o golo face à pressão alta do Vitória, mas conseguiu reerguer-se e chegou ao intervalo na área sadina, à procura do empate.

Era preciso mudar alguma coisa e a equipa de Quim Machado entrou na segunda parte com um ritmo mais intenso, obrigando o Vitória a recuar, mas a verdade é que foram os sadinos que marcaram, na primeira oportunidade que tiveram. Livre sobre a esquerda, marcado por João Amaral, com Edinho a destacar-se na área, entre os defesas azuis, para um desvio subtil de cabeça, sem hipóteses para Cristiano. Mais um golo difícil de digerir para a equipa da casa. Quim Machado não esperou mais e fez duas alterações de uma assentada prescindindo de Sturgeon (pouco contribuiu para este jogo) e de Yebda, para lançar Fábio Nunes e Tiago Caeiro.

Mas nesta altura o Vitória já jogava como mais gosta, respondendo a cada ataque dos «azuis» com perigosos raides para a área de Cristiano. Nos minutos seguintes, o Vitória voltou a colocar a bola, por duas vezes, nas redes de Cristiano, em lances em que Edinho e Zé Manuel partiram de posições irregulares, mas a verdade é que estes lances iam fazendo mossa no adversário. O Belenenses tinha mais bola nesta altura, mas era o Vitória que parecia estar mais perto do terceiro.

O jogo arrastou-se, assim, nos minutos finais, com um Belenenses a atacar, mas sem inspiração para enganar a moralizada equipa de Couceiro que continuava a fustigar a defesa azul com sucessivos raides. Ainda assim, os «azuis» acabaram por ser recompensados pela persistência e ainda conseguiram reduzir a diferença, nos instantes finais, com um golo de Tiago Caeiro. No minuto seguinte, a equipa do Restelo ainda esteve perto de um empate que seria um castigo demasiado pesado para o Vitória.

Uma vitória justa da equipa de Setúbal que demonstrou que está a saber contornar bem o emagrecimento do plantel imposto pelo mercado.