José Couceiro, treinador do Vitória Setúbal, após o jogo com o Tondela:

«Foi uma época muito difícil. Saímos de um pesadelo, é um alívio. E quero em primeiro lugar enaltecer os jogadores. Passámos momentos muito complicadas quer interna quer externamente, e os jogadores acreditaram sempre que era possível ficar na Liga. Foi muito duro e os jogadores foram fantásticos.»

«Não tenho condições para continuar e isso é óbvio. Fiquei este tempo todo pelos jogadores e por isso eles vieram aqui fazer isto [invasão da conferência e balde de água no treinador]. Agradeço a toda a gente que nos apoiou, sobretudo nestes dias que não foram fáceis. Quero destacar o professor Rui Lança, que no ano passado trabalhou connosco e que este ano não deixaram, mas ajudou na mesma, e ainda José Mourinho, vitoriano, que nos passou uma mensagem de conforto e motivação.»

«Um dos problemas é que os jogadores perceberam desde cedo que eu não ia ser o treinador do futuro, e isso não é fácil, mas os laços criados no ano passado ajudaram. Citando Gabriel García Marquez, era a ‘Crónica de uma morte anunciada’, mas vencemos e conseguimos a permanência que era importante e vital para o Vitória. Estou aliviado com isso. A desilusão foi não ganhar a Taça da Liga, não tivemos a estrelinha, mas é muito mais importante o Vitória ficar na Liga.»

«Não tenho contrato, terminou, nem nenhum convite, nem abordagem e nem nunca sequer se falou da minha permanência. Mas, neste momento, também não tenho condições psicológicas para ficar. Fui até ao meu limite pelo Vitória e por estes jogadores. Quebrei e tenho de fazer um break. Isto começou em agosto, não é fácil.»

«Tenho de dar os parabéns aos meus jogadores, ao meu staff, à comunicação. Foram fantásticos… e eu não os deixei, nunca deixo ninguém. Estou esgotado e tenho o direito a estar.»

«Sou o terceiro treinador com mais tempo num clube, depois de Jesus e Vitória. Estou cá há dois anos. É uma característica do futebol português.»

«O futuro? Não sei, não sei. Pressionaram-me a assinar por outrosclubes, mas recusei tudo porque tinha de estar focado em deixar o Vitória na primeira. Estarei sempre a torcer pelo Vitória.»

«Enviar um abraço aos meus colegas, éramos cinco na mesma situação e dois desceram. Não é um momento fácil para os clubes e para ninguém. Destaco o Estoril, porque lá estive e tenho lá muitos amigos. Força para o Paços também e parabéns ao FC Porto, como já dei ao Sérgio Conceição.»