Ufa!

A expressão de alívio coletivo do Estoril ouviu-se na bancada de imprensa após o triunfo por 3-0 sobre o V. Setúbal no Estádio António Coimbra da Mota. Os três pontos permitiram ao canarinhos saltar a barreira dos 30 pontos (têm 31), tida como suficiente para selar a permanência no principal escalão do futebol português.

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Uma semana depois de ir ao Restelo vencer de forma categórica o Belenenses, o conjunto de Pedro Emanuel pôs agora os sadinos na «linha».

Mais uma exibição sólida deste novo Estoril, que ainda não perdeu desde a mudança de treinador e parece ser hoje a antítese da equipa que há semanas era orientada pelo espanhol Pedro Gómez Carmona.

Nem as várias ausências por lesão acabaram por condicionar a equipa anfitriã, que foi acima de tudo mais competente e eficaz do que os sadinos, privados de Costinha e de Vasco Fernandes, dois habituais titulares do conjunto de José Couceiro, que estreou o brasileiro Luís Felipe (ex-Benfica) na lateral direita.

E acabou por ser ele, Luís Felipe, a desatar o nó bem cedo. O jogador brasileiro foi quase sempre um corpo estranho na equipa de Setúbal. Ainda nem dois minutos se tinham passado desde uma chamada até junto do banco de suplentes para as primeiras retificações e já cometia uma grande penalidade sobre Kléber, que o próprio avançado concretizou antes do quarto de hora de jogo.

O Vitória tentava reagir. Tinha mais bola mas, com João Carvalho demasiado consumido pelo papel de auxílio a Edinho, faltava-lhe alguém capaz de dar clarividência às iniciativas em posse no meio-campo contrário. Três remates com perigo (dois de João Carvalho e um de Zé Manuel) foi tudo o que os visitantes fizeram nos primeiros 45 minutos.

Pelo meio, o conjunto de Pedro Emanuel até conseguiu ampliar a vantagem. Carlinhos recebeu de frente para a baliza, aproveitou a passividade da defesa visitante e bateu Varela para o 2-0 aos 41 minutos.

Sem conseguir vencer fora de portas há três meses (desde o triunfo sobre o Belenenses por 2-1), o V. Setúbal teria de subir uma espécie de montanha na etapa complementar para evitar a derrota.

Confortável em campo, o Estoril baixou as linhas e absorveu de forma competente (e quase sempre sem grandes dificuldades, sublinhe-se) o impacto de uma equipa sadina pouco convicta e que nem conseguiu (tirando um livre de Nenê Bonilha para defesa difícil de Moreira e uma outra investida de Edinho) chegar ao golo que poderia dar-lhe a injeção de moral que lhe faltou durante os 90 minutos.

Vazio de ideias que nem as entradas de Vasco Costa e de João Amaral conseguiram corrigir.

Pior: os sadinos capitularam de vez aos 82 minutos, quando Eduardo fugiu à defesa contrária e, isolado, bateu Bruno Varela pela terceira vez no jogo.

Pedro Emanuel continua sem perder desde que assumiu o comando técnico do Estoril e já tem mais vitórias (3) do que empates (2) para a Liga. A quatro jornadas está cortada a fita da meta a que se propôs quando chegou à Amoreira. O espectro da despromoção estará definitivamente afastado.

Ufa!