No dia em que o iam terminá-lo, a luz decidiu que não era bem assim e o jogo entre o Feirense e o V. Setúbal só terá o seu desfecho amanhã.

E esse pareceu-nos o pretexto perfeito para recorrermos a um dos títulos de livros mais vezes utilizados no jornalismo, trocando-lhe as voltas.

É que se na primeira frase de «Crónica de uma morte anunciada», da autoria do colombiano Gabriel Garcia Marquez, os leitores ficam a saber que o pobre Santiago Nasar se levantou às 5.30 da manhã «no dia em que iam matá-lo», tudo o que nós podemos dar aos nossos leitores é a certeza de que só mesmo amanhã se vai conhecer o resultado do Feirense-V. Setúbal.

O sistema de iluminação decidiu falhar quando mais era necessário, e após o descanso não foram reunidas as condições para o recomeço de um jogo, cuja segunda parte fica, assim, agendada para as 16 horas deste domingo.

Vantagem feirense ao (longo) intervalo

Para já, depois de jogados os primeiros 45 minutos, são os homens da casa que têm mais razões para sorrir, fruto da vantagem alcançada aos 20 minutos, com um golo de Tiago Silva, na conversão de uma grande penalidade.

Isto, num jogo cujos primeiros minutos mostraram tudo, menos a ideia de que estavam frente a frente duas equipas em crise de resultados: um Feirense que soma sete derrotas consecutivas, diante de um V. Setúbal que perde há jogos. E ambas com cinco desaires nas últimas cinco jornadas.

Neste jogo, entrou melhor o Feirense, que teve um inspirado Hugo Seco a criar duas oportunidades de golo logo nos primeiros minutos, desperdiçadas por João Silva, primeiro, e Tiago Silva depois.

O Vitória reagiu e também esteve perto do golo aos 6 minutos, mas Caio Secco desviou para canto o cabeceamento de Vasco Fernandes.

Depois desse arranque prometedor, porém, o jogo perdeu algum fulgor e a bola andou afastada das balizas durante largos minutos. Até que Hugo Seco voltou a evidenciar-se. O extremo feirense recebeu no interior da área e quando tentava passar por Vasco Fernandes foi derrubado pelo capitão vitoriano.

O árbitro da partida não teve dúvidas em assinalar grande penalidade, o VAR não deu indicação contrária e Tiago Silva aproveitou a oportunidade para colocar o Feirense em vantagem.

E a partir desse momento, as luzes do futebol praticado começaram a enfraquecer. O Feirense deixou de se lançar ao ataque de forma tão balanceada e o Vitória raramente conseguiu criar perigo para a baliza de Caio Secco, excepção feita a dois remates de Gonçalo Paciência, um que passou muito perto do poste e outro que Caio segurou à segunda.

E se o futebol se foi desligando à medida que o jogo caminhava para o intervalo, as luzes de uma das torres de iluminação do Estádio Marcolino de Castro apagaram-se definitivamente e o jogo já não foi retomado após o intervalo.

Amanhã há mais futebol em Santa Maria da Feira, e só aí se conhecerá o desfecho de uma partida de importância capital para as contas de Feirense e V. Setúbal.