Gil Vicente acusa V. Setúbal e Académica de serem «devedores crónicos»

O Gil Vicente enviou uma carta ao diretor da Segurança Social a alertar para a situação contributiva de V. Setúbal e Académica, equipas que enviaram a sua inscrição para a Liga 2015/16, mas, por força do não preenchimento integral dos pressupostos exigidos, nomeadamente pela falta da certidão da Autoridade Tributária e Aduaneira e/ou Instituto de Segurança Social ficaram impedidas de registar contratos de trabalho ou utilizar os jogadores com contratos registados até que a situação seja normalizada.
 
Ora, o Gil Vicente entende que a situação das duas sociedades desportivas «nunca poderá ser» considerada «regular e normalizada» pela Segurança Social, por entender que se tratam de «devedores crónicos».
 
«No momento da inscrição nas competições oficiais da Liga Portugal fazem acordos sobre acordos com a conivência da Segurança Social para pagamento de dívidas em planos e que, após obtida a tão desejada declaração, passam novamente a incumpridores», acusa o Gil Vicente.
 
O clube barcelense, que desceu à II Liga, aponta mesmo os números, dizendo que, em 2013, o V. Setúbal tinha uma dívida à Autoridade Tributária e Aduaneira e ao Instituto da Segurança Social superior a 4 milhões de euros. Foi celebrado um acordo para pagamento faseado, mas, segundo o Gil Vicente, um ano depois a dívida não só não diminui, como aumentou, passando os cinco milhões de euros.
 
No caso da Académica, o Gil Vicente fala de um passivo tributário na ordem dos 500 mil euros, mais dívidas à Segurança Social.
 
 
Assim sendo, o Gil Vicente, considera «inaceitável» que a Segurança Social reconheça que a situação contributiva dos dois clubes esteja regularizada, para que possam voltar a inscrever jogadores e utilizar jogadores com contrato. O clube espera que a Segurança Social não pactue com a situação que considera recorrente e de uma «enorme e gritante injustiça, desigualdade e discriminação para as demais sociedades desportivas».
 
O Gil Vicente ameaça, ainda, recorrer ao Ministério Público, caso a Segurança Social emita uma certidão que confirme a situação contributiva regularizada dos clubes referidos.