O Marítimo respondeu à goleada sofrida ante o Benfica na Luz, na última ronda, com um triunfo robusto na receção ao Vitória de Setúbal, que continua sem vencer fora de portas. Os insulares revelaram-se extremamente eficazes, sobretudo no primeiro tempo, justificando a conquista dos três pontos ante uma formação sadina permissiva no setor defensivo.

O V. Setúbal vinha à procura da primeira vitória fora de casa na presente Liga, ou pelo menos um ponto na luta pela manutenção. E até entrou melhor, criando o primeiro lance de perigo, aos cinco minutos, mas o guardião Amir, que se estreou na Liga, fez a mancha e impediu o golo de João Amaral.

A equipa de José Couceiro parecia mais solta e objetiva, mas foi o Marítimo a desbloquear o marcador. Num lance em que estava a atuar com dez – Ricardo Valente estava deitado sobre o relvado com queixas - uma recuperação de bola no meio campo defensivo insular deu uma transição rápida, graças ao habitual ‘turbo’ Bebeto, que cruzou para Joel finalizar à boca da baliza.

O V. Setúbal procurou o empate, aumentando a intensidade entre as suas linhas, mas com a equipa de Daniel Ramos a recuar em bloco sempre que não detinha a posse de bola. Os caminhos para a baliza de Amir revelavam-se quase sempre estreitos.

A aposta no ataque abriu espaços nas costas sadinas. De uma transição rápida dos insulares, nasceu a falta que viria a dar o segundo do Marítimo. O livre cobrado por Rúben Ferreira, desde a esquerda, encontrou Ricardo Valente solto na área, para um desvio colocado de pé esquerdo.

O V. Setúbal reagiu pouco depois, num livre de Patrick Vieira ao ferro da baliza da sua ex-equipa. Mas estava escrito que a eficácia estava do lado dos madeirenses. Mesmo em cima do intervalo, Ricardo Valente bisou e ampliou a vantagem para o Marítimo, após driblar Podstawski e aguentar a pressão de Bonilha.

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Três golos e pouco mais de outros tantos remates. Assim se escrevia, ao intervalo, a vantagem do Marítimo, que aliou a segurança defensiva a uma grande eficácia na hora de concretizar as oportunidades de golo criadas.

Não tão eficaz no segundo tempo, o Marítimo começou com uma mexida forçada na sequência de lesão grave sofrida por Dráusio, num lance em chocou com o seu guarda-redes, aos 55’.

Pouco depois, Couceiro mexeu, lançando Arnold Issoko e João Teixeira nos lugares de André Sousa e Emrah Bassan. A seguir, Patrick Vieira, num lance individual, reduziu para 3-1: à entrada da grande área, após fletir da esquerda para o meio, rematou em arco levando a bola entrar ao segundo poste de Amir. Grande golo, não festejado, com o atleta a pedir desculpas às cores que representou na época passada. O gesto mereceu ovação dos adeptos insulares. 

A esperança sadina de poder reentrar na discussão do resultado ficou praticamente desfeita aos 69', com o 4-1 assinado por Rodrigo Pinho, só validado pelo árbitro Manuel Mota após consulta ao VAR, após ter sido inicialmente invalidado.

Daniel Ramos aproveitou mexer na sua equipa, fazendo descansar Fabrício Baiano e Rodrigo Pinho para lançar Erdem Sen e Ghazaryan. Couceiro apostou logo de seguida em Edinho, por troca com João Amaral. As mexidas trouxeram mais vivacidade à partida. O Marítimo esteve perto do 5-2 num par de ocasiões, mas também o Vitória de Setúbal de reduzir, valendo Amir numa delas para segurar a vantagem de três golos.

O resultado final, que acabou por premiar e reproduzir a produção de ambas as equipas durante a partida, só veio a ser fixado ao 90’, com Edinho a converter uma grande penalidade assinalada por falta de Diney sobre Costinha.