Noite fria na Pedreira. Os motores nem terão chegado a aquecer no embate entre Sp. Braga e V. Setúbal. Há falta de bom futebol o Sp. Braga respondeu com eficiência e derrotou o V. Setúbal (3-1) com o defesa central Raúl Silva a estar em plano de evidência. O brasileiro marcou o primeiro golo, sofreu a grande penalidade que deu o segundo e está no terceiro tento arsenalista. Triunfo com três golos de bola parada dos guerreiros.

A bola esteve longe de ser bem tratada, na sequência da derrota no Dragão e em vésperas de se deslocar ao Vélodrome para medir forças com o Marselha em jogo a contar para a Liga Europa, o Sp. Braga fez o que lhe competia e venceu de forma natural o V. Setúbal. O conjunto de Abel Ferreira mostrou que mesmo numa noite em que a engrenagem não funciona na plenitude os guerreiros também sabem ser pragmáticos.

José Couceiro começou a ter dores de cabeça logo nos instantes iniciais do encontro. O técnico seguiu a velha máxima de que em equipa que ganha não se mexe e apostou no mesmo onze que venceu o Belenenses e devolveu a equipa sadina aos triunfos na Liga mais de três meses depois. Só que logo aos dez minutos João Amaral lesionou-se teve de ser substituído, retirando a Couceiro uma das principais unidades dos sadinos.

Na equipa da casa Abel Ferreira fez quatro alterações em relação ao último jogo, sendo Sequeira, André Horta, João Carlos Teixeira e Dyego Sousa as principais novidades. Goiano, Jefferson e Wilson foram poupados e Danilo cumpriu castigo.

Firmeza de Raúl contra o mau futebol

Muitas bolas perdidas, falta de linhas de passe e pouco arrojo criatividade pautaram o início do encontro na Pedreira. Sp. Braga e V. Setúbal sentiram dificuldades para armar o seu futebol e, por isso, o que sobrou em duelos e lances sem sequência escasseou em momentos de brilhantismo com o esférico.

Veio ao de cima a maior qualidade técnica do Sp. Braga a lutar contra o frio, conseguindo assinar lances de perigo, em número inferior ao habitual, mesmo num jogo em que impôs menor intensidade ao seu processo ofensivo. Entre bola cá e bola lá foi o central Raúl Silva a dar um grito de revolta.

Dyego Sousa começou por avisar e atirou a bola ao ferro, valendo Cristiano a defender para canto a ressaca. Na sequência do pontapé de canto, no mesmo minuto, André Hora pôs a bola redondinha no coração da área e já se sabe o que acontece quando o esférico cai na zona de ação de Raúl Silva. Cabeçada fulminante do avançado a entrar de rompante pela baliza.

Sp. Braga com legitimidade na dianteira do marcador perante um Setúbal aguerrido, mas pouco mais do que isso. O conjunto do Sado demonstrou muitas dificuldades para esticar o seu jogo e para criar lances de perigo.

Mais Raúl Silva, desta vez sem marcar

O arranque da segunda parte quase surgiu acompanhado pela resolução definitiva do jogo. Momento sublime de Dyego Sousa, driblou o seu adversário direto e foi à cara de Cristiano marcar um golo bonito e cheio de classe. Depois dos festejos o VAR deixou os sadinos em jogo mais uns minutos, assinalando fora de jogo.

A margem mínima não durou muito tempo, Raúl Silva foi derrubado na área por Patrick e praticamente pôs um selo no triunfo. Selo esse que foi confirmado por Paulinho na marca dos onze metros. O atacante bateu forte e sem hipóteses para Cristiano.

História do jogo definida apesar de ainda se registar mais um golo em cada uma das balizas. Raúl Silva voltou a estar em evidência ao intervir no terceiro bracarense, da autoria de Esgaio. Terceiro golo do Sp. Braga, terceiro tento de bola parada. Foi a fórmula arsenalista para lutar contra as baias temperaturas.

André Pereira ainda reduziu nos instantes finais, mas sem capacidade para por em causa a superioridade arsenalista. Os sadinos podem voltar a cair para os lugares de despromoção dependendo do decorrer da jornada. Já o Sp. Braga ganha moral para a aventura europeia que se segue e mantém os dez pontos de vantagem para o quinto lugar.