Duelo de Vitórias no D. Afonso Henriques, número redondo para o V. Setúbal ao completar 2000 jogos no principal escalão do futebol português, e um embate a ficar a dever muito ao histórico dos dois emblemas. Terminou empatado a uma bola com as promessas de um bom jogo na primeira metade a não serem confirmadas depois do intervalo.

A repetir pela primeira vez um onze dois jogos consecutivos esta época, o V. Guimarães procurava voltar a vencer dois jogos consecutivos mais de quatro meses depois, enquanto que o V. Setúbal queria voltar aos triunfos depois da derrota frente ao Benfica. O evoluir da jornada dizia que os sadinos podiam aumentar a margem para a linha de água e os vimaranenses podiam ultrapassar o Boavista e o Desp. Chaves.

Ficou um salto por dar, portanto, de parte a parte. A boa entrada do V. Guimarães não teve sequência depois de Hurtado marcar logo aos nove minutos e a resposta sadina foi curta para conseguir mais do que o empate carimbado por Vasco Fernandes.

Vitória, Vitória…

Personalizado, o Vitória da casa entrou a fazer jus ao pedido do técnico José Peseiro, fazendo por repetir uma exibição similar à que garantiu o triunfo (3-0) na ronda anterior diante do Rio Ave. As combinações interessantes na linha ofensiva, a juntar ao golo logo aos nove minutos, deixaram perspetivar uma noite de futebol vistoso.

Boa combinação na esquerda entre Raphinha e Konan, o lateral cruzou demasiado largo mas apareceu João Aurélio ao segundo poste a despejar novamente para o coração da área, onde apareceu Hurtado a desviar de forma subtil, com um gesto técnico interessante, para o fundo das redes.

O domínio inicial foi-se esfumando a meias com um crescimento paulatino do V. Setúbal, que juntou linhas e com um meio campo mais povoado conseguiu assumir as rédeas do jogo. Wallyson avisou com uma bomba do meio da rua ao ferro. Apenas dois minutos volvidos, à meia hora de jogo, Vasco Fernandes restabeleceu o empate.

Pontapé de canto do lado canhoto, Yohan Tavares faz um primeiro desvio no interior da área, e o capitão sadino fez a emenda de cabeça ao segundo poste, já de ângulo apertado mas com a baliza aberta. Empate a coroar o incremento do V. Setúbal, que acabou a dominar a primeira metade. Entrou melhor o Vitória da casa, acabou por cima o Vitória sadino. Vitória, Vitória…

Promessas não cumpridas

As cautelas foram-se redobrando com o evoluir do cronómetro e, também por força disso mesmo, a qualidade do encontro decresceu muito na segunda metade. Tal como ia dando indicações o V. Setúbal prometeu continuar melhor, mas essa hegemonia não se confirmou com o jogo a ficar partido.

Bola lá, bola cá, as duas equipas tentaram fazer a diferença sem, no entanto, expor em demasia a retaguarda. Entre substituições, pausas no jogo e muitas faltas o futebol foi o principal prejudicado.

Faltou audácia de parte a parte para ousar querer vencer com mais força do que segurar o empate e os Vitórias fecharam as contas com um ponto para cada lado. Um ponto que não agrada totalmente a ninguém. Em ambos os casos ficou o tal passo por dar.

Contas feitas, e cada vez são mais tidas em contas quando restam apenas quatro jornadas, o V. Guimarães terá dado o derradeiro tiro no pé no que às aspirações de chegar ao quinto lugar diz respeito. O V. Setúbal vê a margem para a linha de água diminuir em vésperas da deslocação ao Dragão.