Vitória e Belenenses mediram forças pela terceira vez nesta temporada. Depois de dois empates no Restelo, o equilíbrio continuou a ser a nota dominante em duelos entre estas duas equipas históricas do futebol português, que voltaram a anular-se.

O jogo começou com um golo madrugador do Belenenses. Miguel Rosa foi derrubado na grande área por Pedro Queirós. Marco Ferreira viu e apontou para a marca do castigo máximo, que Pelé não desperdiçou.

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Sem fazer muito por isso, a equipa de Lito Vidigal chegou à vantagem. Uma magra vantagem que foi gerindo sem grandes dificuldades, até porque o meio-campo sadino, muito recuado, não conseguia encontrar forma de sair em ataque organizado.

O primeiro sinal de perigo do Vitória saiu dos pés de Paulo Tavares, um dos mais inconformados da equipa de Bruno Ribeiro. Aos 17 minutos, de livre, atirou com estrondo à barra. Verdade seja dita, o lance não galvanizou os sadinos, que continuaram presos na teia azul.

Até que João Schmidt descobriu o caminho em cima da meia hora. O brasileiro, que regressou ao onze após dois jogos de fora, tirou um adversário da frente e atirou cruzado do meio da rua para o empate.

O golo fez bem ao Vitória, perante um Belenenses que começou a vacilar no posicionamento defensivo e, ao cair do pano, Suk podia, em duas ocasiões, ter colocado os sadinos em vantagem. Na primeira decidiu mal; na segunda, logo a seguir, cabeceou para defesa a dois tempos de Ventura.

O empate ao intervalo era curto para as aspirações da equipa de Bruno Ribeiro, mas também os lisboetas, hoje com ambições legítimas de sonhar com um lugar europeu.

A segunda parte foi mais animada. Mais animada, sublinhe-se, para quem prefere jogos verticais, de parada e resposta em detrimento de conservadorismos táticos. Com as duas equipas menos preocupadas com processos defensivos, esperavam-se mais golos no Bonfim, mas a verdade é que raramente Ventura e Raeder foram postos à prova num jogo que, à medida que se aproximava do fim, foi endurecendo.

Com duas entradas à margem das leis em curto espaço de tempo, Miguel Lourenço foi expulso por acumulação de amarelos e desfalcou a defesa do Vitória aos 81 minutos, numa altura em que Bruno Ribeiro já tinha esgotado as substituições.

Lito Vidigal mexeu. Tirou Sturgeon (um dos melhores do Belenenses) e lançou Diogo Ribeiro. Por incrível que pareça, os azuis do Restelo não ganharam o ascendente que seria de esperar. E, verdade seja dita, não fizeram muito por isso. Lá está: mais vale um pássaro na mão...

Empate ajustado num Estádio do Bonfim bem composto (2633 espetadores) e com um público que merecia melhor futebol de duas equipa que não mereceram mais do que a repartição de pontos. Para o Vitória, o empate é curto e a equipa de Bruno Ribeiro pode cair para a zona de despromoção no final da 24ª jornada. Já o Belenenses pode ser ultrapassado pelo Paços de Ferreira.

Afinal, a quem serviu mais este empate?