Oito anos depois, o V. Setúbal voltou a derrotar o Belenenses no Estádio do Bonfim. Num jogo onde ficou claro que tanto José Couceiro como Julio Velázquez ainda têm muito trabalho pela frente para afinar as máquinas, levou a melhor a equipa que cometeu menos erros.

Com muitas caras novas nos respetivos onzes (seis nos sadinos e cinco – a contar com o ex-júnior Bernardo Dias – do lado dos lisboetas), as duas equipas não proporcionaram um bom espetáculo em terras do Sado. Muitas dificuldades na zona de construção redundaram no abuso do jogo direto e a supremacia das defesas sobre os ataques.

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Aos 10 minutos, Nuno Almeida desembrulhou a partida. O juiz considerou (mal) que Costinha foi carregado por Rúben Pinto e apontou para a marca da grande penalidade. Chamado a bater, André Claro repetiu a proeza da época passada, ao tornar-se no primeiro sadino a marcar na Liga.

Preso num colete-de-forças e incapaz de criar, o Belenenses demorou a reagir ao golo da equipa da casa. Prova disso foi o primeiro remate dos azuis, por Camará a meio da primeira parte e muito por cima. Muito isolado na frente de ataque, o avançado de ascendência gineense era dos mais inconformados da equipa de Julio Velázquez, mas demonstrava muitas dificuldades nas batalhas com o setor mais recuado dos sadinos. Só ele e Miguel Rosa conseguiam, ainda que timidamente, pôr em sentido a equipa da casa, segura no plano defensivo, mas com os mesmos sintomas do adversário no processo de construção.

No regresso após o intervalo, o Belenenses ainda ameaçou por Palhinha após cruzamento de Miguel Rosa, mas foi o V. Setúbal quem foi novamente premiado. Com Domingos Duarte de fora a ser assistido, os sadinos aproveitaram a vantagem numérica e ampliaram a contagem aos 49 minutos. Ventura ainda brilhou a defesa de Vasco Fernandes mas, logo a seguir, Venâncio aproveitou a confusão na área dos lisboetas para fazer o 2-0 num remate fácil na zona da pequena área.

A perder por dois golos, exigia-se de Velázquez reação imediata. O técnico espanhol tirou o estreante (e apagado) Bernardo Dias e lançou em jogo o reforço Andric para dar poder de fogo ao ataque e, pouco depois, foi a fez de Gerso para o lugar de André Sousa.

Resultados práticos? O Belenenses passou a jogar mais tempo no meio campo contrário, mas não se espremeu muito mais do que isso. E, pior do que ter de recuperar de uma desvantagem de dois golos, só mesmo ter de fazê-lo com menos um jogador. Foi o que aconteceu ao Belenenses, que teve de jogar em inferioridade numérica a partir dos 67 minutos, depois da expulsão de João Diogo por acumulação de amarelos.

Tudo ficou mais fácil para o Vitória, que passou a gerir o jogo de uma forma bem mais confortável. O Belenenses ainda esteve perto de reduzir já perto do apito final, mas Gerso falhou o alvo por pouco num desvio de cabeça.

Triunfo justo dos sadinos, que conseguiram estancar uma longa seca de triunfos em jogos para o campeonato: durava desde o final de janeiro deste ano. Para já, isso é o mais importante.