A despedida de Albert Meyong do Estádio do Bonfim enquanto jogador foi o que o V. Setúbal-Boavista trouxe de mais emotivo. No encontro de encerramento da 33.ª jornada, o avançado camaronês, figura histórica do clube sadino, foi titular, recebeu as merecidas honras por uma carreira impar, mas não levou para casa os três pontos.

Num jogo de muita luta mas com pouca inspiração de parte a parte, os axadrezados regressaram à Invicta com um sorriso no rosto e com o nono lugar selado, a melhor classificação obtida na Liga na última década.

FILME E FICHA DE JOGO

Um chapéu de Iuri Medeiros aos 26 minutos foi a vitamina C de um Boavista competente que se apresentou no Bonfim a jogar de laranja e ultrapassou a barreira dos 40 pontos, fasquia estabelecida também pelo técnico dos sadinos há várias semanas e que fica agora pelo caminho.

Quinto jogo consecutivo do V. Setúbal sem pontuar e os problemas congénitos há muito identificados: a equipa do Sado está numa relação complicada com o golo, crise que nem as sete alterações promovidas por José Couceiro nesta segunda-feira conseguiram solucionar.

O V. Setúbal arrasta-se de semblante sofrido nesta reta final do campeonato, depois de uma campanha promissora até ao final de janeiro.

Vai faltando engenho, mas também, valha a verdade, alguma falta de sorte. A equipa sadina fez o suficiente para merecer sorte diferente no último ato de 2016/17 no Bonfim, mas apenas fez mais por isso na última meia hora de jogo, já depois das entradas de Edinho, João Carvalho e, depois, de João Amaral, que deram uma injeção de qualidade à equipa da casa.

A pantera, com o chinês Aidi a estrear-se no eixo da defesa, segurou-se com unhas e dentes a tal vantagem conferida pelo chapéu de Iuri Medeiros após alívio/assistência de Talocha para as costas dos centrais sadinos.

A equipa de Miguel Leal cerrou os dentes, enfiou-se na trincheira e aguentou as tentativas de arrombamento da equipa da casa: João Amaral, Edinho, Nuno Santos… todos eles tentaram, mas sem sucesso, agudizando a crise dos sadinos, que podiam sair da 33.ª jornada colados ao Desp. Chaves no 10.º lugar do campeonato.

Tivessem eles o velho Meyong...

Triunfo sofrido do melhor Boavista da década, que vai agora receber o Benfica na última ronda com a certeza de que, aconteça o que acontecer, termina o campeonato no nono posto.