Aí está a primeira vitória de Lito Vidigal à frente do Aves, em pleno Bonfim, num jogo que prometia muito papel, mas que pouco rendeu em campo. Dois conjuntos que, apesar dos dispositivos ofensivos, sentiram muitas dificuldades para criar oportunidades de golo. Saíram a ganhar os visitantes, tirando máximo proveito de um lance de bola parada, já perto do final, para fugir aos últimos lugares da classificação e ganhar um balão de oxigénio antes da nova paragem na liga.

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Duas equipas determinadas em ganhar esta noite e em subir na classificação, pelo menos era isso que indicava a constituição dos onzes iniciais eleitos pelos dois treinadores. José Couceiro juntava, pela primeira vez, Edinho e Gonçalo Paciência na frente de ataque e contava ainda com João Amaral e Costinha no apoio. Lito Vidigal não fez por menos e chamou Amilton, Paulo Machado e Salvador Agra para o apoio direito a Derley.

Puro engano. Os sistemas táticos enrolaram-se e amarraram-se na zona central do terreno ao primeiro apito de Manuel Mota e jogou-se demasiado tempo longe das balizas. Foi preciso esperar mais de meia hora, sob forte chuva, pelo primeiro remate digno desse nome. Livre de Nuno Pinto sobre a direita e cabeçada de Nenê Bonilha ao lado. O Desportivo das Aves até conseguiu um ligeiro ascendente no jogo, ao nível da posse de bola, mas com pouco significado ao nível das oportunidades de golo. Com tanto jogo preso longe das balizas, Vítor Gomes foi o primeiro a perder a paciência, com um remate do meio da rua que passou a rasar o poste da baliza de Trigueira. O Vitória respondeu com um rápido contra-ataque, com Arnold a escapar pela direita e a cruzar tenso para a cabeçada de Edinho para boa defesa de Quim.

O jogo animou um pouco antes do intervalo, mas muito pouco para o que os dois conjuntos prometiam no papel.

Veja o resumo do jogo:

A segunda parte não trouxe grandes melhorias, com os dois conjuntos a apostar quase tudo num erro do adversário que não chegava. O jogo pedia alterações, mas os treinadores preferiam não arriscar uma mudança que podia desequilibrar a própria equipa. Lito Vidigal foi o primeiro a chegar-se à frente, chamando Ryan Gauld. Um regresso ao Bonfim do escocês que foi muito aplaudido pelos adeptos sadinos. Não foi preciso esperar muito tempo para se notar as diferenças, com o Aves a ganhar mais criatividade com Gauld e Machado juntos no centro. Um passe do escocês a lançar Amilton, em posição irregular, quase permitiu ao Aves abrir o marcador.

O Vitória também podia ter desbloqueado o marcador quando Costinha ganhou uma bola a Diego Galo em zona proibida, invadiu a área e só foi travado por uma saída arrojada do experiente Quim. O jogo voltava a animar e Couceiro procurou também dar o seu contributo, abdicando de Pedrosa para lançar João Teixeira. Era a altura de assumir riscos e foi nessa altura que o Aves chegou ao golo já depois de nova ameaça de Amilton. Canto cobrado por Paulo Machado para o coração da área e Falcão saltou mais alto do que Tomás Podstawski para bater Trigueira com um remate colocado.

VÍDEO: V. Setúbal-Desp. Aves, veja o golo de Cláudio Falcão

Faltavam pouco mais de dez minutos para o final e, finalmente, havia futebol no Bonfim. O Vitória abria as suas linhas à procura do empate, o Aves, com mais espaço, respondia em rápidos contra-ataques. Os treinadores jogaram as últimas cartadas, com Couceiro a arriscar tudo, num jogo que finalmente ganhava velocidade, com parada e resposta, mas sem novos golos. Quim, com mais duas defesas, uma delas arrojada, ajudou a segurar a vantagem do Aves até ao final.

Uma vitória importante para o Aves que já não vencia desde setembro. Uma segunda derrota consecutiva para o Vitória a anteceder a visita ao Estádio da Luz.