A má relação de V. Setúbal e Feirense com a baliza contrária nas últimas semanas lançavam para cima da mesa o cenário ingrato de um jogo desenxabido sem golos no Estádio do Bonfim.

Se os sadinos vinham de cinco jogos com apenas dois golos marcados, os fogaceiros não marcavam para a Liga há quase 300 minutos. Para além de buscarem a redenção com as redes alheias, os conjuntos de José Couceiro e de Nuno Manta procuravam também pôr termo a séries de cinco e três jogos, respetivamente, sem conhecer o sabor da vitória.

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V. Setúbal e Feirense fizeram mesmo as pazes com o golo, mas foram os visitantes que se reencontraram com o trilho do sucesso, ao levarem a melhor com dois golos apontados já dentro dos últimos 20 minutos.

Numa tarde em que o vento acabou por ser o principal protagonista, condicionando muito o jogo pelo ar, as duas equipas raramente conseguiram capitalizar a seu favor esta espécie de intruso, ainda que tenham marcado quando o tinham a seu favor.

Do lado dos sadinos, José Couceiro optou por manter a titularidade dada ao veterano Meyong no jogo com o Marítimo há uma semana e lançou Vasco Fernandes e Fábio Pacheco (primeira aparição desde novembro de 2016) para os lugares dos castigados Nuno Pinto e Mikel Agu.

Depois de um arranque macambúzio, em que os fogaceiros até pareciam mais cómodos em campo, o Vitória despertou já perto dos 20 minutos, num lance em que Vaná negou o golo a João Carvalho após excelente jogada individual de Costinha pela esquerda.

A poucas pinceladas de frisson não eram suficientes para dar ânimo a um jogo pouco interessante do ponto de vista técnico, mas os sadinos começavam a impor-se e foram recompensados. Aos 28 minutos, na sequência de um canto, Vasco Fernandes conseguiu bater Vaná numa jogada em que o guardião do Feirense adiou até onde pôde o golo da equipa da casa.

Da equipa de Santa Maria da Feira na primeira parte, pouco mais do que um remate de Luís Silva defendido por Varela, que ajudava a ratificar a vantagem justa dos anfitriões.

Na segunda parte, o Vitória parecia ter os acontecimentos sob controlo. À passagem da hora de jogo, Couceiro mexeu e lançou Nenê Bonilha e Edinho para os lugares de João Carvalho e Meyong. Se o técnico dos sadinos queria que uma equipa mais fresca desse mais garantias para a última meia hora, acabou por ver a estratégia gorada.

Ainda que sem fazer muito por isso, os fogaceiros chegaram ao empate aos 67 minutos. Ao tentar intercetar um canto batido por Vítor Bruno na direita, o capitão Venâncio acabou por desviar a bola para a própria baliza.

Injeção de confiança nas tropas de Nuno Manta e boost importante dado pela entrada em grande de Luis Machado em campo. Foram menos de 20 minutos em campo, mas tempo suficiente para instalar a intranquilidade no setor defensivo sadino, estranhamente apático na reta final do jogo. Aos 77, ameaçou num remate defendido por Varela.

O aviso estava dado e foi mesmo concretizado pouco depois. Karamanos tocou de cabeça para Machado, que deu o golpe da misericórdia à equipa de José Couceiro, que averbou a quarta derrota de uma série de seis jogos sem triunfos.

Sem marcar nos últimos três jogos, o Feirense corrigiu a mira e passa agora a somar 29 pontos na época de regresso à Liga. Agora sim: já se pode dizer que parecem ter voltado para ficar.