Catorze jogos sem vencer, mais de 110 dias. Este tempo todo sem que o Vitória provasse o sabor de uma palavra que lhe é tão familiar.

A crise da equipa das duas caras, uma sedutora e destemida e outra desinteressante e assustadiça, agudizou-se ao ponto de entrar para esta última jornada a lutar por evitar a extrema-unção e à procura de reconciliar-se com os adeptos. E com a vitória.

Ainda não foi desta, mas os sadinos podem respirar de alívio.

Ufa…

FILME E FICHA DE JOGO

Para o ano, a equipa de Setúbal continuará entre os grandes do futebol português. Empate a zero com o Paços de Ferreira, que não conseguiu dar o… passo final rumo à Europa. Perdeu-o ao sprint para o Rio Ave mas, verdade seja dita, pouco fez esta noite para o justificar até meados do segundo tempo.

Num jogo de nervos, o Vitória entrou melhor. Com Costinha e André Horta à procura de desequilibrarem o jogo pelo centro do terreno, os sadinos pareciam mais cómodos no jogo, mas mostravam pouca capacidade para furar boa organização defensiva pacense.

DESTAQUES DO JOGO

Com muitas baixas na equipa, os homens de Jorge Simão saíam pouco. Dependiam essencialmente do futebol de Minhoca, o melhor do Paços nos primeiros 45 minutos.

Pobres em termos de oportunidade, diga-se! Desinspiração total. Para criar e para finalizar. Que o diga Cissé, que aos 20 minutos não teve arte para encostar para o fundo das redes após cortesia de Nuno Pinto.

O final da primeira parte chegou com uma contrariedade para os pacenses. Rodrigo Antônio lesionou e Jorge Simão fez entrar Bruno Moreira.

Escrevemos acima sobre de desinspiração. Junte-lhe mais uns pozinhos disso na segunda parte.

Duas equipas acomodadas ao jogo. Pudera! Naquela altura, o nulo no marcador servia às duas equipas.

Saltamos já para a fase do encontro em que uma das equipas se viu obrigada a sair da tal zona de conforto. A parte em que o Rio Ave empatava na Madeira e ficava a um golo de ultrapassar os pacenses. E esse golo chegou por Postiga aos 67 minutos.

É necessária esta breve incursão pelas ilhas para perceber o que foi o Paços em Setúbal. Uma equipa antes desse tal golo de Postiga e outra depois de estar virtualmente fora das competições europeias, altura em que à entrada para os últimos 15 minutos que Jorge Simão improvisou uma espécie de timeout e chamou toda a equipa ao banco de suplentes enquanto Defendi era assistido.

O Paços apertou o cerco à área sadina. Cruzamentos para a área, chuveirinho… tudo valeu no assalto final que acabou por não ter o desfecho mais favorável.

O Vitória, esse, continua divorciado com a tal palavra que lhe é tão familiar. Mas há empates que sabem melhor do que três pontos. A permanência está garantida para a equipa das duas caras.

Ufa!