O Penafiel voltou aos triunfos ao derrotar o Vitória Setúbal, no Bonfim, por uma bola a zero. O autor da proeza foi Guedes, retirando os durienses do último lugar da tabela classificativa. O Vitória voltou a tombar e já está há quatro jogos sem marcar qualquer golo.

Ponto prévio: o ambiente não era particularmente saudável no Bonfim. As duas equipas não andam propriamente a esbanjar saúde, como se pode facilmente constatar com uma consulta rápida à tabela classificativa.

A última jornada, que não teve desfecho agradável para nenhum dos lados, parece ter deixado os jogadores tristes, tanto de um lado como de outro, e o início de jogo foi um tormento.

Inúmeras bolas perdidas, duelos atrás de duelos, sucessivas paragens e futebol que é bom nada. Ou muito pouco, para ser simpático.

A espectativa era a de que subisse ao relvado um Vitória mandão, porque, apesar de tudo, respira melhor na classificação e nas últimas semanas apenas caiu aos pés do campeão Benfica.

Estranhamente, a formação comandada por Bruno Ribeiro parecia sobre brasas, sem capacidade para ter muito tempo a bola, abusando das bolas longas para Suk na esperança que aparecesse um golpe de génio patrocinado pelo goleador coreano.

Do outro lado, só as lesões tiravam o sono a Rui Quinta. O técnico, que foi obrigado a mexer por duas vezes, via a sua equipa confortável, sem conceder oportunidades aos sadinos e a estratégia funcionava na perfeição.

É certo que não criava oportunidades, mas também não permitia aproximações à sua baliza. Quando não se consegue ganhar, o mais importante é não perder. Parecia ser este o lema dos durienses.

Uns fogachos de um lado e de outro, sem grandes intervenções dos guarda-redes, não tornaram os primeiros 35 minutos do encontro em algo para recordar.

Vitória acordou

Subitamente, os últimos minutos da primeira parte vieram desmentir isto tudo. Os sadinos cresceram, empurraram o Penafiel lá para trás e dispuseram de duas boas oportunidades para marcar.

Pelkas, que estava a fazer muita falta ao jogo, apareceu finalmente e logo acertou com a bola no ferro da baliza de Haghighi. Foi o clique que despertou os sadinos, e as bancadas, para uns últimos minutos de alguma qualidade.

Jogou-se praticamente em exclusivo no meio campo duriense durante alguns minutos, com a formação de Rui Quinta a defender-se como podia.

Infelizmente para uns, porque estavam na mó de cima, felizmente para outros, porque precisavam de oxigenar, o intervalo chegou, sem golos, e com poucos momentos de realce.

Marcar ao Vitória é uma cena que assiste a Guedes

As esperanças trazidas dos últimos minutos da primeira parte foram rapidamente defraudadas. O balneário fez bem ao Penafiel que voltou a encontrar uma posição confortável no jogo.

Foi, inclusivamente, a equipa de Rui Quinta a primeira a tentar o golo na etapa complementar, mas nada que fizesse esperar o que viria a seguir.

Numa saída de bola pela esquerda, Lenho cruza para a área e Guedes, sem medo, empurrou para o fundo da baliza de Ricardo Batista, voltando a repetir a proeza da primeira volta.

O golo dos penafidelenses foi um sério murro no estômago sadino que, agora, teriam forçosamente de correr atrás do resultado.

Bruno Ribeiro foi dando sinais do banco, querendo uma equipa mais ambiciosa, mas a resposta seria praticamente um remake do que aconteceu na primeira parte.

Pelkas, novamente ele. Ainda tentou ser feliz em três ocasiões, mas a baliza permanecia fechada pelo gigante iraniano.

Já perto do final Yann ainda fez uso da meia distância, mas Haghighi voltou a responder à altura..

O Penafiel voltou, assim, a festejar um triunfo, algo que já não acontecia desde Dezembro, altura em que bateu o Nacional da Madeira, e deixa a laterna vermelha da Liga, ainda que à condição, para a Académica de Coimbra.

Bruno Ribeiro conhece, assim, o primeiro ciclo negativo à frente dos sadinos, com três derrotas consecutivas e quatro jogos consecutivos sem marcar.