A noite caiu fria em Setúbal e, no relvado do Bonfim, Vitória de Setúbal e Rio Ave procuravam reentrar da melhor maneira no campeonato, depois da pausa para seleções e Taça de Portugal.

Entrou bem melhor o Rio Ave e logo aos 4 minutos já registava uma grande oportunidade para marcar, mas Guedes falhou de forma escandalosa na cara de Bruno Varela.

Ainda assim, não haveria de demorar muito até o placard ser aberto. Filipe Augusto, que se estreou pelo Rio Ave no campeonato depois de recuperar de lesão, aprendeu a transformar um livre indireto em direto, contando com uma ajuda precisa do guarda-redes do Vitória.

Bruno Varela borrou a pintura aos 19 minutos, quando não conseguiu defender a bola batida por Felipe Augusto. O lance é confuso mas a bola arremessada para a pequena área parece travar num pedaço de terra em frente à baliza e alterou a trajetória, perturbando o movimento do guarda-redes. Apesar disso não ficou isento de culpas.

Em vantagem no marcador, o Rio Ave soube gerir bem o ritmo de jogo, com trocas de bola bem conseguidas sobretudo no seu meio-campo, secando a maior investida atacante dos sadinos. A bem da verdade, muitas das vezes de forma faltosa, ainda que neste capítulo o adversário não tenha sido mais gentil.

Pelo meio o Rio Ave perdeu Heldon, por lesão, e viu Guedes falhar o segundo, novamente na cara do golo.

Já em cima do apito para o descanso foi o Vitória que teve uma boa oportunidade para empatar, mas o corte providencial de Venâncio impediu o golo quase certo de Thiago Santana.

FILME DO JOGO

A vantagem ao intervalo aceitava-se. Em posse de bola a percentagem era igual para ambas as equipas, mas o Rio Ave soube aproveitá-la com mais eficácia.

No segundo tempo os da casa entraram com maior determinação e encostaram o Rio Ave às cordas nos primeiros dez minutos. Foi quanto demoraram os vila-condenses a reagir.

Da pior maneira.

Sai do jogo, Guedes!

Uma noite para esquecer do avançado do Rio Ave. Depois de falhar duas oportunidades de golo de forma quase escandalosa, o jogador acabou expulso (e bem) por acumulação de amarelos, à passagem dos 60 minutos, deixando os vila-condenses em inferioridade numérica na última meia hora de jogo.

A expulsão deu naturalmente embalo ao Vitória, talvez até demais. Isto porque, na ânsia de chegar ao empate, concedeu algum espaço que o Rio Ave quase aproveitou, mas Gil Dias não conseguiu emendar para o fundo das redes. Estavam decorridos 69 minutos.

José Couceiro decidiu investir tudo nos últimos quinze minutos, fazendo entrar Meyong e também Nuno Santos para a frente, o que resultou num maior fulgor ofensivo por parte dos sadinos.

Os minutos finais foram sim de sufoco para os nortenhos, que ainda assim conseguiram suster a pressão exercida pelos vitorianos.

Uma vitória que se aceita, numa partida sem grandes oportunidades de golo. Ao Rio Ave valeu a eficácia e também a serenidade demonstrada. A «chicotada psicológica» resultou e Luís Castro estreou-se com uma vitória no banco dos vila-condenses, que assim ultrapassaram o Vitória na classificação.

Já a formação orientada por José Couceiro não soube aproveitar a vantagem numérica e, apesar de ter assustado na reta final, nunca conseguiu fazer tremer realmente o adversário.

O futebol é também golo e isso custou caro.