Aí está o primeiro triunfo do V. Setúbal que soube tirar proveito da pressa com que o Sp. Braga entrou no Bonfim para apanhar os minhotos em contramão, na curva para Hoffenheim, e sentenciar o jogo com dois golos em apenas dois minutos ainda a meio da primeira parte. Três pontos totalmente merecidos, não tanto pela forma como os golos foram alcançados, mas mais pela forma como a equipa de José Couceiro soube depois gerir as emoções e marcar o ritmo de jogo diante de um adversário que nunca mais se voltou a encontrar.

Confira a FICHA DO JOGO

Entrada forte do Sp. Braga que entrou em campo cheio de pressa a lembrar a toda a gente que tem viagem marcada para Hoffenheim já na próxima quarta-feira. A equipa de Abel Ferreira entrou em campo decidida a resolver o jogo cedo, à procura de uma vantagem madrugadora que lhe permitisse gerir o jogo. É que depois de Hoffenheim ainda há uma sempre difícil receção ao vizinho Vitória de Guimarães. Assim, os minhotos entraram em campo com tração à frente, com Fábio Martins, Ricardo Horta e Xadas no apoio direto a Paulinho a obrigar o Vitória a recuar em campo.

José Couceiro tinha sofrido um contratempo antes do início do jogo, com a lesão de Nuno Pinto e teve ainda outro no decorrer do jogo, com Patrick, recuperado de lesão e adaptado ao lado esquerdo, a sofrer uma recaída e a ter de abandonar o campo. O golo do Braga parecia iminente, tantas foram as investidas nos minutos iniciais, com destaque para a profundidade que Fábio Martins impunha no lado esquerdo.

O golo não chegou e o reinado do Braga foi subitamente interrompido ao minuto 25. Numa saída imprudente de Matheus de entre os postes, o guarda-redes do Braga atropelou Vasco Fernandes em plena área e abriu caminho para Gonçalo Paciência marcar o seu primeiro golo na Liga na transformação do consequente castigo máximo. Bola ao centro, o Vitória pressiona, Bruno Viana procura aliviar, mas acerta em Gonçalo Paciência que, com uma cabeçada, acaba por lançar João Amaral. O médio trabalhou bem diante de Matheus e fez o segundo como quis.

Vira o jogo…

Em apenas dois minutos o Vitória marcou dois golos e o Sp. Braga tinha uma montanha pela frente. Uma montanha que continuou a crescer, porque o jogo virou definitivamente, com os minhotos de cabeça perdida, a perderem o equilíbrio e o pendor ofensivo, diante de um Vitória moralizado que se mostrava disposto a castigar ainda mais a desorganização dos visitantes. Até ao intervalo, o Vitória esteve quase sempre por cima, com um Braga a permitir que a emoção deturpasse as boas movimentações ofensivas que tinha exibido nos primeiros vinte minutos.

Vida muito difícil para Abel Ferreira que, ao intervalo, procurou reequilibrar a sua equipa com a entrada de João Teixeira para o lugar do apagado Xadas. José Couceiro respondeu em sentido contrário, prescindindo de outro João Teixeira para lançar Williyan para reforçar o «miolo». O Braga procurou recuperar o ímpeto com que tinha entrado no jogo, mas encontrou agora um adversário mais determinado a não deixar que mandassem em sua casa. Seguiu-se um período feio, com muitas faltas e pouco futebol.

Abel Ferreira ainda arriscou tudo, chamando Vukcevic e Hassan para a contenda, o jogo ficou aberto, com oportunidades de parte a parte, mas sempre com um Vitória a controlar o jogo e a tentar gerir o ritmo de jogo. O Braga bem tentou acelerar, mas não conseguiu melhor do chocar persistentemente na determinação do Vitória que, depois de conquistar três pontos com outros tantos empates [todos por 1-1], não deixou fugir a oportunidade de dobrar o seu pecúlio com o primeiro triunfo.

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