Emanuel Medeiros, secretário-geral da Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (ALEFP), defendeu em Bruxelas, à saída de uma reunião no Parlamento Europeu, que o futebol profissional tem sido «negligenciado» pela União Europeia.
«Ao contrário do que acontece com outros sectores, designadamente a agricultura, a indústria e as pescas, o futebol profissional não tem sido beneficiado com o justo caudal de benefícios financeiros», asseverou o dirigente, que não deixou de apontar um conjunto de «recomendações essenciais» para que o futebol possa enfrentar «novos desafios».
«É possível desenvolver um conjunto de iniciativas legislativas que seriam bem vistas e viriam resolver alguns problemas», adiantou, apontando «a criação de um quadro de clarificação em termos de auxílios públicos, designadamente ao desporto profissional», como uma das soluções a adoptar.
Além disso, Emanuel Medeiros acrescentou que «a adopção de políticas de incentivos, incluindo financeiros, à aposta estratégica na formação de jovens jogadores» e «a criação de mecanismos para a harmonização da fiscalidade e contabilidade no espaço europeu» poderiam também trazer maior justiça ao cenário actual.
Em palavras à Agência Lusa, Medeiros garantiu que a principal mensagem passada por si no hemiciclo foi a exaltação «do papel protagonizado pelo futebol profissional», quer na vertente económica, quer na vertente social, «enquanto motor do crescimento e desenvolvimento económico dos países e mesmo na construção de uma identidade europeia forte».
No mesmo debate esteve também presente José Luís Arnaut, presidente de uma comissão independente para o estudo do desporto, que na sua intervenção sublinhou «a necessidade do futebol ser sinónimo de ética».