Uma vez campeão do mundo de seleções (2006), uma vez vencedor da Liga dos Campões (1995/96), uma vez vencedor da Taça Intercontinental (1996), uma vez vencedor da Supertaça Europeia (1996/97), cinco vezes campeão italiano, uma vez vencedor da Taça de Itália, quatro vezes vencedor da Supertaça de Itália, duas vezes campeão chinês e agora vencedor da Liga dos Campeões da Ásia. O currículo de Marcelo Lippi é absolutamente único.

O técnico italiano, de 65 anos, acaba de se tornar o primeiro na história do futebol a vencer uma Liga dos Campeões na Europa e outra na Ásia, depois do Guangzhou Evergrande ter conquistado a prova na final com o FC Seul. O triunfo constitui um enorme impulso para o futebol chinês, que há muito estava arredado destas decisões (desde 1990 que um clube chinês não ganhava este troféu). Para além disso, a conquista deste título garante presença no Mundial de Clubes, que decorre em dezembro, em Marrocos, onde irá encontrar o Bayern Munique, o Atlético Mineiro, o Monterrey e o Al-Ahly.



«Vencer esta taça é muito importante para o futebol chinês. Crescemos muito como equipa e conseguimos chegar a um ponto em que podemos competir com qualquer equipa a nível internacional», disse Lippi, considerando que os dois títulos nacionais consecutivos também ajudaram a equipa a ganhar consistência e confiana: «O que fizemos nestes dois anos, com os erros cometidos no primeiro que conseguimos corrigir no segundo, permitiu que reuníssemos as condições necessárias para conquistar a Liga dos Campeões».

«Toda a gente ver que a equipa do Guangzhou cresceu muito, está mais habilitada, mais organizada e com maior sede de vitória. O triunfo serviu para mostrar que os nossos jogadores melhoraram. Os jogadores chineses trabalhar tanto durante os treinos e têm tanta vontade de aprender e melhorar que se torna fácil trabalhar com eles. Tecnicamente são bons, mas também evolutíram sem bola. Há muitos bons jogadores na China», frisou o Lippi.

O técnico italiano foi contratado no ano passado para substituir o coreano Lee Jangsoo. No plantel conta com uma base de internacionais chineses, aos quais se juntam alguns sul-americanos. O argentino Dario Conca garante criatividade ao meio-campo, enquanto que os brasileiros Elkeson e Muriqui tratam de marcar os golos.

O clube é financiado pela maior empresa de construção da China, a Evergrande Real Estate Group, que pretende construir uma equipa capaz de ombrear com japoneses e coreanos. É por isso que este triunfo, sobre o FC Seul, foi tão importante, pois permite combater uma espécie de «fobia coreana» e dá uma confiança extra aos chineses. Lippi não sai barato aos cofres do clube, pois o seu salário ronda os dez milhões de euros por ano, mas em 18 meses mostrou que a qualidade tem sempre um preço e os resultados estão à vista.