A Associação de Futebol de Lisboa (AFL) ameaça suspender todos os seus campeonatos a 10 e 11 de novembro se o Governo não suspender a entrada em vigor do decreto-lei sobre policiamento em espetáculos desportivos. Os dirigentes lisboetas contestam a intenção de «acabar com o policiamento obrigatório em jogos de iniciados e juvenis», nota Nuno Lobo, presidente da AFL, à Lusa.

O decreto-lei 216/2012 tem entrada em vigor prevista para 9 de novembro, 30 dias depois da sua publicação em Diário da República. Nuno Lobo diz que, sem policiamento naquelas competições, «haverá clubes que se recusam a jogar em determinados campos e árbitros que têm medo de ser agredidos».

O dirigente defende que «os clubes visitados não têm dinheiro para pagar o policiamento» e revelou ter já ter pedido à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) «para que solicitasse junto do Ministério da Administração Interna (MAI) a suspensão da entrada em vigor do decreto-lei, de forma a permitir uma discussão sobre o assunto».

Se isso não acontecer, a AFL já decidiu o que fazer: «Vamos suspender todos os nossos campeonatos, a 10 e 11 de novembro, e vamos pôr as crianças à porta do MAI a jogar futebol.»

«No futuro, o caminho até pode ser este, mas não se mudam paradigmas em 30 dias e com uma época a decorrer. Pedimos tempo ao ministério», defende, falando numa «medida economicista» e notando que a requisição por parte de um clube de policiamento pode custar «na ordem dos 5.000 euros» por ano.

O artigo 3º do decreto-lei em causa diz que «nos espetáculos referentes a competições de escalões juvenis e inferiores, quando realizadas em recinto, em regra, não deve ter lugar o policiamento» e que, caso este seja requerido, «de forma justificada», os encargos são «suportados pelos respetivos promotores».