É histórico!!!! O Sp. Braga está, pela primeira vez, nos quartos-de-final da Liga Europa, depois de impor um nulo ao Liverpool, em pleno Estádio de Anfield, com um jogo personalizado que permitiu à equipa de Domingos, sem grandes dificuldades, controlar o jogo do princípio ao fim, fazendo valer o golo solitário de Alan no primeiro jogo para ganhar a eliminatória.

Confira a FICHA DO JOGO

Domingos Paciência fez apenas duas alterações em relação à equipa que ganhou o primeiro jogo. A primeira forçada, com Kaká, limitado, a ceder o lugar a Paulão no centro da defesa. A segunda por opção táctica, com o capitão Vandinho a regressar ao onze em detrimento de Mossoró, para um meio-campo menos criativo, mas mais consistente. No ataque, tudo na mesma, com Alan, que chegou a estar em dúvida, a formar o tridente com Lima e Paulo César.

O Braga entrou muito bem no jogo, sem se deixar intimidar pelo ambiente de Anfield, apresentado um esquema com linhas bem subidas, a pressionar o Liverpool no sei meio-campo, cortando espaços e impedindo o Liverpool de jogar como gosta, em velocidade. Kenny Dalglish procurou abrir o jogo, com Maxí Rodríguez e Joe Cole bem abertos nas alas, no apoio directo a Dirk Kuyt e Andy Carroll, mas a verdade é que a bola andou quase sempre muito longe da baliza de Artur.

Joe Cole ainda conseguiu colocar Artur à prova, aos 9 minutos, mas a verdade é que as bancadas de Anfield, foram perdendo voz, com o jogo pouco objectivo dos ingleses que, sem encontrar outros caminhos, começaram a apostar em bolas longas para Andy Carroll. O possante avançado ainda as ganhava nas alturas, mas perdia-as sempre no regresso ao solo, onde Paulão e Rodríguez dominavam.

A segunda parte começou nos mesmos tons, com o Liverpool com mais bola, mas longe, muito longe da baliza de Artur. O Braga continuava a ter o jogo sob controlo e os ingleses não tardaram muito a voltar aos pontapés longos à procura do gigante Carroll. Rodríguez continuou a dominar neste capítulo, portanto, as oportunidades dos «reds» eram escassas. O jogo prosseguiu a zeros até aos derradeiros quinze minutos, altura em que soaram as campainhas de alarme em Anfield. Curiosamente, foi Domingos o primeiro a mexer, por antecipação, prescindindo de Vandinho para reforçar o centro da defesa com Kaká.

Dalglish também mexeu logo a seguir, refrescando as alas com Ngog e Spearing. O Liverpool, empurrado pelo desespero de ver os minutos a escoarem-se e já sem o tampão Vandinho, consegui finalmente ganhar uns metros e acelerar o jogo perto da área de Artur. Skrtel ainda ameaçou empatar o jogo, mas uma saída arrojada do guarda-redes brasileiro limpou o lance e o Braga voltou a empurrar o Liverpool para longe. Apesar da anunciada intenção de Domingos de marcar em Anfield, a verdade é que os minhotos nunca se mostraram muito entusiastas em chegar à área de Reina. Preferiram manter a bola o mais tempo possível, aumentando a tensão entre as hostes vermelhas.

Os quatro minutos de compensação foram, talvez, os mais difíceis, com a tensão a subir nos dois lados, mas o Braga manteve-se coerente e seguro, tal como o Liverpool, lento, previsível e ineficaz. Feito histórico para Domingos Paciência e para o Sp. Braga.