Os Lugares Incomuns do futebol internacional estiveram na cidade de Medellín para seguir «pasito a pasito» um médio com fortes raízes na capital colombiana.

Nasceu e regressou, agora, anos mais tarde para representar o Atlético Nacional, vencedor em título da Copa Libertadores e clube de que é hincha desde niño.

A sua ascensão futebolística está tremendamente conectada ao espaço que visitamos. Lá atrás, fica a aprendizagem com o seu ex-colega de quarto, o madridista James.

Andrés Mateus Uribe Villa entrou no futebol sénior do seu país pelo modesto Envigado. Sem ser presença indiscutível (63 jogos oficiais em 3 épocas) no «onze base», conseguiu convencer o também colombiano Tolima para subir o primeiro degrau.

Mais regular (55 partidas em 2 temporadas) no seu novo clube e já num bom momento teórico (24 anos) da carreira, conseguiu apresentar o melhor do seu futebol e subir ao patamar de excelência dentro das suas fronteiras, merecendo o destaque nesta rubrica.

Transferido em julho de 2016 para os Verdolagas, teve de caminhar pelo deserto ao não ser convocado em 13 jogos consecutivos, aparecer finalmente no banco de suplentes, jogar 112 minutos em dois encontros e voltar a ver dos camarotes outros quatro jogos seguidos.

De seguida, entrou em cena o capítulo disciplinar. O atleta que já tinha no «cadastro» vários, demasiados até, cartões amarelos foi expulso com vermelho direto numa prova internacional e uma semana volvida também viu a tarjeta roja na Liga Postobón.

As imagens são o melhor raio-X do tendão de Aquiles de Uribe. O (des)controlo emocional que vale uma coleção de 56 amarelos e 13 vermelhos em apenas 147 jogos.

O lado cinzento de um jogador que tem de ter várias cores para o minimizar.

Mateus Uribe (1.82m) é um centrocampista box-to-box (ou volante mixto, segundo a terminologia colombiana) que ainda pode atuar como lateral direito e também já pisou, em duas ocasiões, os terrenos de extremo direito com qualidade.

Chegou para substituir Sebastián Pérez, já aqui referenciado como um super-8, tarefa a que conseguiu corresponder ao lado de Diego Arias. As lesões de Bocanegra e García forçaram-no a ocupar o corredor lateral.

Não tem aptidão defensiva e por isso tende a ser o elemento do duplo-pivot que chega mais à frente em todos os sentidos: de pressão e recuperação, mas também de condução e definição. Vale pela capacidade de incomodar e essencialmente pela leitura dos espaços.

Os momentos ofensivos são aqueles em que aporta mais especialidade à equipa. Tecnicamente executa bem, de forma simplista, raramente comprometendo sem que isso seja sinal de que não aceita correr riscos calculados. Tem ainda facilidade em incorporar-se no último terço do terreno e enche as medidas no capítulo da circulação e gestão de ritmos. Acrescenta remate de meia distância e mobilidade intra-setores.

A estreia pela seleção da Colômbia aconteceu no início de 2017. Com o Brasil (no vídeo) a fazer as honras num jogo amigável, a Bolívia acabou por ficar marcada como o adversário da primeira participação oficial com a camisola amarela dos Cafeteros.

Um volante que continua a ser difícil de manobrar para os treinadores, mas que vai provando cada vez mais ter aerodinâmica suficiente para conquistar uma última etapa.